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Sábado, 18 de maio de 2024

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era do ouro

Violoncelista e amigos exploram harmonias multiculturais

A Era de Ouro da Espanha, um período de coexistência pacífica e cooperação entre os cristãos, judeus e muçulmanos do país entre os séculos 9 e 15, inspirou projetos de muitos artistas conhecidos. Alguns, como o grande violista catalão Jordi Savall (que se apresenta em maio no Lincoln Center) tentaram recriar os sons da era. Provenance, o programa...

A Era de Ouro da Espanha, um período de coexistência pacífica e cooperação entre os cristãos, judeus e muçulmanos do país entre os séculos 9 e 15, inspirou projetos de muitos artistas conhecidos. Alguns, como o grande violista catalão Jordi Savall (que se apresenta em maio no Lincoln Center) tentaram recriar os sons da era. Provenance, o programa apresentado pela violoncelista Maya Beiser no Le Poisson Rouge, na semana passada, propõe um análogo moderno, com evocativos trabalhos contemporâneos inspirados por fontes históricas.


Não surpreende que a era tenha forte ressonância para Beiser. Ela se criou em um kibbutz no norte de Israel, e perto de comunidades muçulmanas e cristãs árabes Provenance, criado em 2008 para o Festival Internacional de Artes e Ideias de New Haven, Connecticut, era um programa multimídia longo. Para o CD homônimo, que sairá em maio pela Innova, Beiser selecionou cinco peças do programa original, que executou na sequência de origem durante o concerto no Le Poisson Rouge, acompanhadas por mais duas peças posicionadas no começo e no final da apresentação.

Beiser abriu com The Echo of Decay, de Raz Mesinai, um renomado compositor, músico e produtor israelense. Equipado com um laptop, Mesinai estabeleceu uma batida densa acompanhada por um som eletrônico com cara de brisa. Beiser respondeu com um estilo intensamente percussivo, harmonias em arco e melodias dedilhadas, partes das quais Mesinai reaproveitava e devolvia à violoncelista.

Bassam Saba, músico cuja especialidade é o oud (alaúde islâmico), e dois percussionistas, Glen Velez e Matt Kilmer, acompanharam Beiser em I Was There, de Kayhan Kalhor, virtuoso do kamancheh (violino iraniano). Kalhor baseou a composição em uma melodia atribuída a Ziryab, um músico curdo que viveu na Pérsia do século 9. Individualmente e juntos, Beiser e Saba interpretaram improvisações ousadas por sobre a base do tamborim de Velez e do djembe (tambor africano) de Kilmer. Acompanhado por uma trilha pré-gravada, Beiser demonstrou flexibilidade expansiva na melancólica Memories, de Djivan Gasparyan, mestre do duduk (um instrumento de sopro armênio). Mar de Leche, do compositor israelense Tamar Muskal, começa com uma gravação de Etty Ben-Zaken cantando uma canção sefaradita em ladino; os instrumentistas acompanham com variações sentidas, brincalhonas e exuberantes. Em Only Breath, de Douglas Cuomo, inspirada pela paisagem da Andaluzia e pelo cântico dos sufi, Beiser usa linhas sinuosas de violoncelo por sobre um fundo eletrônico oscilante, criado com samples de sua música e respiração. Ela demonstrou especial entusiasmo ao executar Kashmir, um clássico do rock do Led Zeppelin, em arranjo de Evan Ziporyn, criando curvas sinuosas na melodia de inspiração árabe. Velez participou brevemente da peça final, Samai Nahawand, do violinista palestino Simon Shaheen, que também toca oud. .Mas a melhor demonstração da explosiva destreza de Velez veio em Ta Ka Di Mi Duo, uma breve peça de abertura, com a cantora Lori Cotler. Os dois trocaram figuras rítmicas exuberantes e contrastantes, e convenceram a audiência a cantar com eles. O grupo encerrou com uma versão muito criativa de Imagination, uma pérola da música pop, que fez jus ao título da composição.
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