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Segunda-feira, 27 de maio de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Couro de peixes amazônicos ainda é recurso mal aproveitado

Bolsas de tambaqui, botas de tucunaré, carteiras de aruanã. Não é apenas nas mesas dos restaurantes que os peixes amazônicos têm potencial de sucesso. O couro desses animais tem características muito parecidas ao couro de boi, e pode ser utilizado para fabricar peças de vestuário.


“Resistência, ele tem tanta ou mais do que o couro de boi. Dá pra fazer roupa, sapato, cinto, carteira”, explica José Rebello, especialista que trabalha no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus, desenvolvendo técnicas para curtir couro de peixe.

Segundo Rebello, já há muita procura pelo material, mas a produção ainda é insuficiente para abastecer o mercado. “O couro de peixe está na classe dos couros exóticos, como o jacaré, avestruz e a ema. [Os compradores] querem quantidades consideráveis, para poder manter um ritmo de produção”, afirma.

Em Belém, a grife Fora D'Água já tem boa parte de suas botas e bolsas fabricadas com peles de pescada. A matéria-prima é adquirida de lojas do Ver-o-Peso, tradicional mercado da cidade. “A pele seria jogada no rio ou no lixo.”, conta Marta Beatriz, proprietária da marca. Em Manaus, Rebello estima que sejam desperdiçadas cerca de 10 toneladas de peles por mês.

Curtume especializado
Para estimular o uso e evitar o desperdício do couro dos peixes amazônicos, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) está apoiando a criação do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia de Couro de Peixe, que deve ficar pronto até o final do ano.

A idéia é que nesse local seja possível desenvolver técnicas de processamento das peles em escala industrial. “Cada tipo de peixe tem um procedimento”, conta Rebello, que trabalha com curtume de peixes há 15 anos. De acordo com ele, os peixes que dão o melhor tipo de couro são o tambaqui, tucunaré e aruanã. “Também há os de pele lisa, como pirarara, surubim e caparari, que têm desenhos diferentes. Isso dá a beleza e chama a atenção.”

Marta Beatriz, que viaja pelo mundo divulgando o produto, garante que o couro não tem cheiro de peixe. “Fica com cheiro de couro, mesmo. Quando as crianças pegam, a primeira coisa que fazem é cheirar”, conta.
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