Os agentes penitenciários decidiram em assembleia geral realizada nesta segunda-feira (29) suspender novamente a entrada de familiares e advogados nos presídios de Mato Grosso. A deliberação vai contra uma decisão judicial proferida pelo desembargador Rondon Bassil. Diante da ameaça de detenção dos grevistas, a categoria também anunciou que irá suspender todos os trabalhos se algum do servidor grevista for preso.

Leia mais
Agentes penitenciários começam greve nesta sexta pedindo 75% de reajuste
Visitas aos detentos estão suspensas a partir de sexta-feira; agentes penitenciários entram em greve

Além da suspensão das visitas, a categoria também decidiu interromper o banho de sol dos reeducandos a partir desta terça-feira (30). Na última sexta-feira (26), primeiro dia de greve, o magistrado por meio de liminar determinou que categoria mantivesse 70% do efetivo trabalhando nas unidades prisionais e não apenas 30% .

“A lei de greve determina que apenas 30% do efetivo permaneça na unidade realizando os serviços essenciais, que foi a princípio o que ficou decidido na assembleia em que foi deflagrada a greve, diante da decisão da Justiça, mantivemos os 70% trabalhando no final de semana, mas a categoria decidiu durante a assembleia que mantenhamos as decisões iniciais que é de apenas 30% trabalhando”, explicou o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT), João Batista.

A greve dos agentes penitenciários teve início tumultuado. No segundo dia de paralisação, 27 de julho, os familiares dos presidiários tentaram forçar a entrada de visitantes realizadas aos finais de semana. Houve bate-boca e interdição de vias em frente ao presídio Carumbé. 

Já no domingo, os agentes liberaram as visitas uma vez que, segundo o sindicato, a pedido do governador, Silval Barbosa (PMDB), a Justiça emitiu mandados de prisão aos grevistas que insistissem em descumprir a determinação judicial.

“Todos os servidores públicos tem direito a greve e nós sempre tomamos o maior cuidado de fazer nossas mobilizações dentro daquilo que é legal, dentro do nosso direito”, defendeu o presidente do sindicato dos agentes.

João Batista também ressaltou que serao suspensos todos os trabalhos das unidades caso algum servidor que atua na greve for preso. “Caso isso venha a acontecer, ficou decidido que a paralisação será de 100% e que todos serão presos”.