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Sábado, 04 de maio de 2024

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À margem da lei

Até policiais trabalharam em garimpo ilegal na corrida pelo ouro em Pontes e Lacerda

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Até policiais trabalharam em garimpo ilegal na corrida pelo ouro em Pontes e Lacerda
Parte da população de Pontes e Lacerda (483 km de Cuiabá) subiu a Serra do Caldeirão nos últimos dias para procurar ouro em um garimpo ilegal que se instalou na região. Alguns largaram o emprego para entrar de cabeça na atividade. Outros dividiram o expediente na cidade com a extração do minério. A corrida pelo ouro atraiu aventureiros de estados vizinhos e até de países mais próximos. A reportagem do Olhar Direto constatou que até policiais se meteram na atividade ilegal, alguns atuando como segurança no garimpo.

 
Uma estrada de chão de aproximadamente 20 km separa o município do local invadido. Perto da serra, o garimpeiro tem três opções: deixar o carro em um ponto distante e encarar uma longa caminhada, pagar R$ 20,00 em um estacionamento e completar cerca de 600 metros a pé ou pagar R$ 50,00 e deixar o carro junto da serra. O valor é cobrado uma vez por dia e o motorista pode entrar e sair quantas vezes precisar. Ao chegar na porteira, não é difícil encontrar policiais à paisana. Na última quarta-feira (14), no período da manhã, um deles estava com uma camiseta preta escrito segurança. Por meio de um rádio, mantinha contato com os garimpeiros na serra.

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O tenente coronel da Polícia Militar Eduardo Luiz Silva dos Santos, que atua no município, concedeu entrevista ao Olhar Direto na última quinta-feira (15) e garantiu que caso seja confirmada a participação de policiais –civis ou militares – na atividade ilegal, os casos serão encaminhados para a Justiça para que os envolvidos sejam punidos. “Levantamos algumas informações, estamos tratando com certo sigilo, precisamos de provas, mas nosso relatório foi constado algumas coisas e isso está sendo encaminhado para que a Justiça possa apurar”, declarou, sem dar detalhes.
 
Eduardo Luiz recebeu Olhar Direto na véspera de a Justiça Federal determinar o fechamento do garimpo. Até o momento, a PM não vinha fazendo policiamento ostensivo na região, mas vinha atuando estrategicamente, levantando informações da atividade ilegal instalada na região. “Nós precisamos de mais informações [sobre a possível participação de policiais]. Mas isso chegou até nós, temos informes disso, caso se confirme, isso vai ser levado à Justiça para que a pessoa seja responsabilizada”, completou.
 
Paralelamente ao levantamento da PM, a Polícia Federal também vinha acompanhando a extração de ouro desde o começo. As informações devem ser juntadas para a preparação do plano estratégico da retirada dos garimpeiros. “Nosso efetivo local não é suficiente [para fazer a retirada], vai ter que ser uma ação integrada. Estamos atuando também com o Ministério Público daqui, Judiciário, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Estamos bastante unidos, trocando bastante informação, nossa intenção também é manter esse contato com os órgãos federais para fazer esse trabalho da melhor maneira possível, sem precisar usar uso da violência”, afirmou.
 
Horas antes de entrevistar o tenente coronel Eduardo Luiz Silva dos Santos, a reportagem do Olhar Direto esteve na delegacia do município para falar com o delegado Gilson Silveira. Ele, no entanto, preferiu não conceder entrevista. Informalmente, afirmou que os índices de violência no município caíram com o início da extração de minério. Silveira informou que preferia não comentar a atividade pelo fato de ela ser crime federal. 
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