Mesmo com pesquisas apresentando números distintos, a disputa pelo governo de Mato Grosso chega à última semana do turno com os candidatos reforçando suas estratégias de concentrar a busca pelo eleitor nos maiores colégios eleitorais do Estado. Na Grande Cuiabá, por exemplo, que reúne quase 35% dos que estão aptos a votar, a reportagem do Olhar Direto apurou que as visitas são intensificadas por candidatos proporcionais – Câmara Federal  e Assembleia Legislativa, além da militância remunerada. 
 
O candidato da coligação ‘Coragem e Atitude para Mudar’, senador José Pedro Taques  (PDT), favorito nas pesquisas de opinião pública sobre tendência do eleitorado, acredita que pode se consolidar e vencer no primeiro turno, se avançar sobre os eleitores indecisos. Para isso, vai mesclar críticas contra ao principal rival, candidato da coligação ‘Amor à Nossa Gente’, ex-vereador Lúdio Mendes Cabral (PT), com um tom emocional na TV.
 
Ainda patinando nas pesquisas, a candidata da coligação ‘Viva Mato Grosso’, Janete Riva (PSD), buscará mostrar seus apoiadores a fim de passar uma imagem de que tem poder de mobilização.
 
Mantendo esperança de chegar em um eventual segundo turno, Lúdio Cabral está  mergulhado no chamado nos três maiores colégios eleitorais do Estado: Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis. Fora isso, ele deve visitar outros municípios onde acredita ser possível buscar apoio de 'anti-Taques'. Mendes Cabral tem repetido que a melhor opção para o eleitorado escolher o melhor   governador é avaliar cada um no segundo turno.
 
As campanhas avaliam que a última semana é a de maior audiência no horário eleitoral gratuito do rádio e da TV. Por isso, os candidatos devem ser novamente apresentados aos eleitores.
 
Nos bastidores, os marqueteiros Antero Paes de Barros e Gustavo Vandoni, da coligação ‘Coragem e Atitude para Mudar’; Carlos Rayel, da coligação ‘Amor à Nossa Gente’; e Júlio César Valmórbida, da coligação ‘Viva Mato Grosso’, tratam como “segredo de Estado” o conteúdo dos últimos programas eleitorais.
 
Isso não quer dizer, porém, que os ataques que marcaram os programas eleitorais até aqui vão cessar. Pelo contrário, existe o risco de recrudescimento.
  
 
Distantes demais
 
A situação dos municípios distantes da Grande Cuiabá, como áreas remotas do Estado, aldeias indígenas e assentamentos, poucos foram visitados por todos os candidatos. Alguns poucos postulantes à Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados chegam aos locais distantes com material dos candidatos ao governo do Estado e Senado da República.
 
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) tem a receita de R$ 14 milhões para gastar na realização das eleições em Mato Grosso, um custo de R$ 6,41 por eleitor. Em alguns municípios, a Justiça Eleitoral vai utilizar Bgans, que são equipamentos de transmissão de dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para utilização em regiões distantes e de difícil acesso e que não contam com serviço de internet ou telefonia.
 
Cada equipamento desse tem custo médio de R$ 5 mil e cada eleitor da localidade pode custar quatro vezes mais ao TRE, isso sem contar com a alimentação dos mesários, o transporte da urna eletrônica e o deslocamento dos técnicos de satélite.