A titular da Delegacia de Repreensão a Entorpecentes (DRE) Alana Cardoso, falou ao Olhar Direto sobre a ‘Operação Abadon’ que culminou na prisão do delegado João Bosco, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e de sua esposa Gláucia Gasquez, escrivã da polícia, na manhã desta quinta-feira (27).
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Ela explicou que o cenário começou a se desenhar em dezembro de 2012, com a prisão de um homem na rodoviária de Várzea Grande. O traficante foi levado à delegacia após ser preso em flagrante carregando um quilo de pasta base. À época, a Polícia Civil o interrogou e descobriu que a origem do entorpecente era o município de Várzea Grande.
No mês seguinte, em janeiro de 2013, a polícia prendeu em VG um segundo homem. Este carregava consigo 850 gramas de pasta base, do mesmo fornecedor. Dois meses depois, os investigadores identificaram o fornecedor: Marco Antônio da Silva, conhecido como ‘Neném’, que está foragido.
De acordo com Cardoso, uma das pessoas presas conseguiu escapar de avião numa operação da Polícia Federal (PF) contra o tráfico de drogas. Esta, que não teve o nome revelado, foi presa com seis quilos de pasta base.
Neném é tido como chefe da rede de tráfico de drogas na região. A delegada explica como funciona o esquema. “Eles trabalham no sistema de pirâmide: Ele (Marco) é o distribuidor de grande porte. É o que passa para o distribuidor de atacado, que passa para o dono da boca de fumo, que entrega ao ‘avião’, que vende ao usuário de drogas. Uma das pessoas presa na operação”.
Corrupção passiva
Os envolvidos estão sendo acusados de extorquir os traficantes. “Para não serem presos, eles eram extorquidos por funcionários públicos”. Os envolvidos foram afastados de suas funções e serão ouvidos na sede da polícia hoje.
O delegado João Bosco, sua esposa e dois policiais da Polícia Civil, que estavam se identificando aos traficantes como titulares da DRE para extorquir dinheiro dos traficantea também foram presos.
Segundo o corregedor da Polícia Civil delegado Luiz Fernando Costa, os acusados estão em prisão preventiva, até que seja instaurado inquérito. Os 11 alvos da Operação Abadon estão sendo investigados por tráfico de drogas e corrupção passiva.
