“Acho curiosa e estranha essa condução coercitiva. Chegando próximo ao período eleitoral, mas eu não tenho mais nenhum interesse em voltar para a vida pública”.  Sou advogado, empresário. Não tenho mais vontade nenhuma de retornar. Acho estranho já que em nenhum  momento fui chamado para prestar esclarecimentos e só essa condução coercitiva”.  A avaliação é do ex-presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá e titular da pasta da Habitação, João Emanuel Lima ao deixar a sede da Delegacia Fazendária na manhã de hoje, 17. 

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João foi conduzido pela Polícia Civil para que pudesse esclarecer um esquema na construção de casas populares em Cuiabá ao custo de R$ 1,8 mi aos cofres da Prefeitura de Cuiabá. Além dele, um engenheiro e também um ex-diretor da Agência Municipal de Habitação foram conduzidos coercitivamente durante a operação ‘João de Barro’.
 
Quanto ao alvo do inquérito, ele afirmou que todos os trâmites burocráticos eram devidamente obedecidos para os pagamentos. “Havia o atesto de profissionais devidamente gabaritados para isso. Depois, cabia a  Secretaria e Finanças executar os pagamentos. Tenho toda a confiança e tranquilidade nas casa que foram construídas e que beneficiaram famílias, no [bairro]  Canãa I, no II. Na regularização  fundiária de quase duas mil famílias”.
 
Durante conversa com  à imprensa,  ex-parlamentar afirmou ainda que sempre atendeu a convocações e por isso estranha a adoção de medida judicial para oitiva. “Eu nunca tive conhecimento quanto a esse processo.  Nunca fui chamado e agora com a condução coercitiva.  Acreditamos que por já ter passado pelo crivo das procuradorias todas e o vereador mais votado, o segundo da história da capital no último pleito, ter assumido à  presidência da Câmara... isso chama muito atenção e vejo com uma tentativa de trazer enfoque ao caso”, avaliou.

A Polícia Civil investiga irregularidades na construção de 145 casas populares de madeira em área 42 m² e demais termos aditivos. A fraude, segundo a Polícia, começou a ser apurada em razão de denúncias da Câmara Municipal. O informe revelava que as  casas não foram construídas na totalidade, embora tenham sido pagas integralmente, sendo que das 145 unidades, apenas 20 foram entregues em perfeito estado, 12 foram construídas parcialmente, tendo sido necessários que os moradores fizessem readequações face à necessidade de moradia e outras 16 foram construídas apenas os alicerce, restando no caso 97 unidades a serem edificadas e entregues.
 
O valor do contrato foi de R$ 1.490.610,15 tendo sofrido um Termo Aditivo no valor de R$ 117.428,44, perfazendo um total de R$ 1.608.038,59. Foram  empenhados o valor total de R$ 1.843.428,39, dos quais  R$ 1.001.395,59 foram liquidados, conforme as medições realizadas, que em tese, eram conferidas pelo engenheiro responsável Carlos Anselmo de Oliveira.
 
Sem querer personificar  os autores da denúncia, João afirmou ainda: “nós tínhamos  25 vereadores e, candidatos à reeleição...Não acredito que tenha sido uma pessoa especifica, como diz o inquérito e agora vou provar que isso não passa de uma, tentativa de frustação de um futuro possível pleito que eu não tenho interesse".
 
Cassação – Em abril de 2014,  João Emanuel foi cassado na Câmara de Vereadores de Cuiabá por quebra de decoro parlamentar. João Emanuel  foi  alvo de investigação do Ministério Público (MP) na operação “Aprendiz”, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), por conta de indícios de fraude em licitação e pela suspeita de liderar um esquema de grilagem de terras. Ele chegou a ser preso  durante a investigação.