Joílson Arruda tem 26 anos e quatro filhos. Há cinco anos ele cumpre pena por homicídio e sua família passou a uma situação de vulnerabilidade. Agora, ainda preso e pagando por seu erro, ele voltará a ganhar um salário mínimo e poderá voltar a ajudar os filhos: será jardineiro da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz).
Além dele, outros cinco reeducandos também terão essa chance de reinserção social. A iniciativa também garante uma economia de R$ 300 mil a Sefaz por ano. Isso será possível devido a um termo de cooperação com a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), assinado na tarde de sexta-feira (03).
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“Aconteceu um fato na minha vida que não posso voltar atrás. Não tenho como reparar. Então estou pagando pelo meu erro. E agora eu vejo essa chance como muito importante para voltar para sociedade com a cabeça firme e forte. Eu já trabalhava lá dentro (da unidade prisional), mas agora vou ser remunerado, vou poder ajudar a família”, disse Joílson.
Usar mão de obra de reeducandos na iniciativa privada não é novidade, mas no poder público estava restrita a Secretaria de Justiça. Para ser escolhido para trabalhar na Sefaz, Joílson passou por testes psicológicos e teve de ser aprovado pelo seu comportamento. Dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá, ele já trabalhava com serviços gerais - especialmente obras e trabalho de eletricista - e como cabelereiro.
“Não fazemos nada com imediatismo, sem estudo, na de arroubo. Tudo foi muito bem preparado. Essa é uma oportunidade muito importante que eles estão recebendo. A base da ressocialização é o trabalho e a educação. Essa é uma iniciativa embrionária, mas queremos leva-la a todas nossas unidades”, explicou o secretário de Justiça, Márcio Dorilêo.
O secretário de Fazenda, Paulo Brustollin, ressaltou o fato de o assinatura do termo de cooperação nesta sexta foi um ato simbólico. Ele espera que novos acordos sejam feitos em todo Estado. “Espero que essa prática seja levada a todos os rincões do Brasil”, comentou.
No formato estabelecido do acordo, o contratante assume o pagamento do subsídio do recuperando, equivalente a um salário mínimo/mês, e a Fundação Nova Chance, ligada a Sejudh, fica responsável pelo transporte, alimentação e uniforme.