Villanueva viveu importantes épocas no país, como a ditadura e o nobel de Pablo Neruda

Celino Villanueva é possivelmente o homem mais velho do Chile, ao completar nesta sexta-feira (25) 118 anos de vida, por isso que foi investido carabineiro (soldado da cavalaria) honorário na cidade de Mehuín, na região de Los Rios.

Apesar de sua idade, este camponês, que até pouco tempo trabalhava em seus próprios cultivos, se mostrou muito emocionado durante sua nomeação como suboficial maior honorário de Carabineiros no Reserva Mehuín.

"Este ato representa um reconhecimento institucional para quem se destaca na comunidade por suas condições de vida e sua proximidade aos carabineiros", assinalou o prefeito regional de Valdivia, Coronel Juan Pablo Boetto, no ato.

Celino representa a memória viva do século 20 no Chile, que viu dois compatriotas ganhar o prêmio Nobel de Literatura (Gabriela Mistral e Pablo Neruda) e viveu em sua pele a convulsionada cena política do país, que passou da república ao golpe militar e finalmente à democracia atual.

O ancião nasceu no dia 25 de julho de 1896 na cidade de Río Bueno e não tem nenhum familiar vivo já que sempre foi solteiro.

No ano de 1960 se mudou para a cidade de Mehuín, a cerca de 800 quilômetros de Santiago e há 17 anos vive com a família de Marta Ramírez, agora de 80 anos, que o recebeu em sua casa e assumiu a tarefa de tomar conta dele.

Vestido com o uniforme de suboficial, Celino se pôs à frente de uma patrulha para realizar a ordem do dia, "cumprindo" com o recém estreado cargo, aos 118 anos.

Como em exercícios anteriores, autoridades regionais e comunais foram a Mehuín saudar Celino, em um ritual que já é tradicional no pequeno povoado de pescadores e turistas, onde há alguns anos o ex-presidente Sebastián Piñera esteve para presentear-lhe um chapéu e um bastão.

A comemoração oficial do aniversário vai acontecer no clube Brisas del Mar de Mariquina, do qual é sócio ativo e entusiasta.

O ancião gosta das festas, ao ponto de que no ano passado instalou sua própria hospedaria (local rústico de canto e dança) para as Festividades Pátrias, onde sapateou mais de uma cueca (dança nacional do Chile) e comeu empadas e alfajores.