O senador Jayme Campos, em discurso no plenário, nesta terça (13), propôs a obrigatoriedade de informações em braile nos cardápios, rol de serviços, normas explicativas e placas indicativas, dos restaurantes, bares, hotéis e similares. “Parece uma medida prosaica. Mas, não! Para quem não enxerga, qualquer ajuda é uma luz, uma linha tênue que divisa a barreira intransponível da dignidade de tomar para si o próprio destino”, destacou.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) manifestou apoio ao projeto de Jayme Campos. “Acredito que o Brasil já estava mais do que na hora de pensar nesse sentido”, enfatizou a senadora.

Durante o discurso, o senador mostrou-se bastante preocupado com a situação pela qual passa os deficientes visuais no Brasil. “Infelizmente, as estatísticas não são muito precisas nesta área, mas as estimativas apontam para um número superior a três milhões de pessoas com algum tipo de disfunção visual no país e 800 mil portadores de cegueira”, lamentou.

O senador fez referência a algumas empresas que facilitam a vida dos cegos. “A Sadia, o laboratório Aché, os cosméticos Shizem e Natura, e o Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, já imprimem em algumas de suas embalagens informações em Braille. E a rede de fastfood McDonald’s oferece cardápios também neste sistema”, citou o parlamentar.

Jayme Campos cobrou ainda conscientização da sociedade. “Precisamos transformar em coopartícipes de um amplo programa de readequação urbana e social que facilite a vida dos portadores de deficiências. Porque são cidadãos especiais”, enfatizou Jayme.

No pronunciamento, Jayme disse que há um consenso de médicos desse setor sobre o número de cegos que até 2020 deve dobrar. “O índice de portadores de cegueira vai aumentar porque a expectativa de vida da população também evoluiu e as chances desta deficiência ocorrer a partir dos 65 anos igualmente progridem”, disse o senador.

O senador disse também que entre os adultos, a maior causa de cegueira é proveniente da “catarata” e, logo depois, do glaucoma. Nestes dois casos, a falta de diagnóstico e de tratamento adequado pode acelerar a deficiência.

Versão em áudio – Jayme lembrou outro projeto de lei, de sua autoria, que prevê a obrigatoriedade aos editores de manuais técnicos, de catálogos e folhetos explicativos de marcas e produtos para que ofereçam aos seus consumidores uma versão em áudio destes textos. “Minha preocupação é antiga, tanto que já apresentei nesta Casa um projeto de lei que exatamente possa auxiliar no cotidiano dos deficientes visuais”, afirmou.