Relator do PCA (Processo Administrativo Disciplinar) aberto no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o conselheiro Ives Gandra afirmou, com todas as letras, que existiu um esquema de corrupção no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, de fato, assim como um certo grau de culpa, em diferente níveis, entre os 10 magistrados acusados de participar dos desvios de recursos do Poder Judiciário e pagamentos indevidos de benefícios.

Para Gandra, juízes e juízas foram "usados como laranjas" do esquema e muitos receberam uma espécie de "cala-boca"  para aceitar as regras do jogo impostas pelo ex-presidente do TJMT José Ferreira Leite e pelos juízes auxiliares daquela gestão.

Os mentores do esquema orquestrado para beneficiar um grupo de maçons acabou também beneficiando magistrados, que receberam créditos em duplicidade ou com indexador trocado (IGPM ao invés de INPC).

"Não se pode aceitar que as magistradas não sejam chamadas de 'laranjas', porque se deixaram usar pelo esquema", ponderou Gandra.

Mais contundente, o conselheiro Walter Nunes ressaltou, em seu voto, que as magistradas deveriam sim era denunciar ao invés de aceitar passivamente a utilização de seus nomes no esquema.


Mais informações em instantes-Primeira atualização às 15h33