A quadrilha desarticulada nesta sexta-feira (18), durante a operação Mercatore, tinha a participação de um policial civil, advogado, servidores públicos e uma bancária. As investigações da Delegacia de Roubos e Furtos (Derf) apontam que a organização, que tem cerca de 20 integrantes, é responsável por 90% dos roubos em Cuiabá. Em apenas dois meses, a movimentação foi de R$ 1,7 milhão.

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“A operação teve início em 2014. Constatamos que se trata de uma organização criminosa que se dedicava aos crimes de lavagem de dinheiro, receptação qualificada, corrupção, estelionato, dentre outros crimes. Em 60 dias (ainda no ano de 2014), movimentou cerca de R$ 1,7 milhão”, disse a delegada Elaine Fernandes, da Derf.
 
A organização atuava no Shopping Popular de Cuiabá, onde os produtos roubados eram vendidos: “A base territorial da quadrilha era o Shopping Popular de Cuiabá. Eles conseguiam movimentar grande capital, escondendo a verdadeira natureza. Ali não funcionava só o box. Eram grandes empresários do crime, pelo valor, obvio que eles não eram vendedores de muamba”, comentou a delegada.


 
“Além de manter uma loja que comercializava os produtos ilícitos no Shopping Popular, também mantinham uma oficina no local. Ali foram apreendidos cerca de 80 selos, que eram usados para alterar a característica dos objetos subtraídos. Eles receptavam as cargas de objetos furtados e roubados (notebooks, celulares) e faziam parecer lícitos”, pontuou a responsável pela investigação.
 
As investigações apontaram que a organização é responsável por 90% dos roubos na capital mato-grossense. Entre os 20 integrantes da quadrilha, estão servidores públicos, uma bancária, um advogado e um policial civil, que atua na 2ª Delegacia de Polícia (DP). O ‘chefão’, que era tratado como ‘Pai’ (por conta da novela ‘A Regra do Jogo’), também foi preso. Ele foi identificado como João dos Santos Filho. Segundo consta, ele já foi condenado pela vara do crime organizado e estava solto.

Foram presos nesta sexta-feira: Andréa Cristina Mouea Figueirdo Santos, Felipe Figueiredo Santos, João dos Santos Filho (Chefão), Florival Dantas Neto, Fábio José Prado Gomes, Odair Coelho Vaz, Ronildo da Mata Nascimento, Augusto Ribeiro Amorim, Marcel Abe e outra pessoa não identificada.
 
Investigações
 
“As investigações tiveram início com a ocorrência de um roubo a um restaurante. Os soldados do crime fizeram um arrastão, na avenida Carmindo de Campos, onde os notebooks subtraídos neste roubo foram localizados nas lojas da organização”. Também foi informado que os roubos que aconteceram em quiosques e lojas de vários shoppings da capital também fazem são atribuídos à organização.
 
Ao todo, foram cumpridos dez mandados de condução coercitiva (12 foram decretados), dez mandados de prisão (11 decretados) e 20 mandados de busca e apreensão. Os que tiveram os mandados de prisão coercitiva cumpridos serão ouvidos e na sequência liberados. Os acusados devem começar a ser ouvidos a partir do dia 28.
 
Operação
 
Mercatore - vem do Italiano e significa comerciante, mercancia, aquele que media e age como  intercessor, traficante.