Apesar de o ex-prefeito de Cuiabá Chico Galindo (PTB) ter recebido a modelo Luciane Hoepers, mulher usada como “isca” para políticos para oferecer fundos de investimentos supostamente usados para lavagem de dinheiro, o presidente do Cuiabá-Prev, Bolanger José de Almeida, garantiu que a previdência dos servidores da prefeitura não fez nenhum negócio com os fundos investigados pela Polícia Federal na operação Miqueias.

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“Não houve nenhum investimento nos fundos investigados. São três, o Eslovênia, o Vitória Régia e o Elo. Não há nenhum transação entre o Cuiabá-Prev e esses fundos”, ratificou Bolanger. Segundo ele, essa informação já foi repassada ao próprio Chico Galindo através de ofício.

Bolanger, no entanto, se absteve de comentar sobre quem encaminhou a proposta ao conselho e como foi tomada a decisão de não negociar com os fundos. “Eu não era presidente naquele tempo. Isso é algo que precisa ser visto com outras pessoas”, justificou-se.

O presidente do Cuiabá-Prev foi convocado pela Câmara de Vereadores para prestar esclarecimentos sobre a instituição. O pedido foi feito pelo vereador Allan Kardec (PT), que alega ter solicitado informações sobre o órgão há sete meses e ainda estar sem resposta.

“Nós temos a informação de que estamos perdendo dinheiro de um determinado banco que foi investido à época já com massa falida e hoje queremos, de fato, abrir essa caixa preta e entender como e o que está sendo feito com o dinheiro da previdência dos servidores municipais de Cuiabá”, enfatizou Kardec.

Operação Miquéias - O objetivo da operação é desarticular duas organizações criminosas com atuações distintas: uma envolvida em lavagem de dinheiro e a outra acusada de má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas.

Ao todo a PF cumpre 27 mandados de prisão e 75 de busca e apreensão. Além de Mato Grosso também são alvos os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Amazonas, Rondônia e o Distrito Federal.

O jornal O Globo divulgou uma matéria revelando que o relatório da PF cita gravações com autorização judicial em agosto do ano passado narrando encontros que Galindo teria tido com integrantes da quadrilha. Na época ele ainda estava no cargo de prefeito de Cuiabá.