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Sábado, 27 de abril de 2024

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Superintendente do Incra vê lado político em reclamação de trabalhadores e aponta “herança maldita”

Foto: Wesley Santiago/Olhar Direto

Superintendente do Incra vê lado político em reclamação de trabalhadores e aponta “herança maldita”
O superintendente substituto do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Salvador Solterio, respondeu aos trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra do Estado de Mato Grosso que acusaram o instituto de não cumprir os acordos feitos com o movimento, além de fazer outros pedidos. Solterio explicou que vê um lado político na reclamação de trabalhadores e ainda apontou uma ‘herança maldita’ do governo do PSDB.


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“O nosso problema não são os projetos que criamos agora. Não é verdade quando eles falam que a superintendência está engessada. Acabamos de sortear em Mirassol D’Oeste lotes para 160 famílias. Porém, temos uma herança maldita do governo passado, principalmente do PSDB, onde foram jogando as pessoas na terra e diziam que era assentamento. Isso é algo muito irresponsável”, disse o superintendente.
 
O superintendente explica que: “Estou há um ano e quatro meses aqui no Incra como superintendente substituto e respondendo a tudo sozinho. Tenho que me virar nos 30 para dar conta do recado e da nossa responsabilidade com o governo federal. Não estou aqui para brincar, fazer demagogia ou enganar trabalhadores. Não faço parte de alguns seguimentos políticos que usa da falta de informação e da miséria para poder se promover politicamente”.
 
Solteiro acrescenta que tem as portas abertas para receber todos os movimentos do Estado, desde que marquem com antecedência: “Houve uma audiência pública em Rondonópolis, solicitada pelo deputado estadual Zé Carlos do Pátio em que eu fui notificado em cima da hora e não pude ir. Tenho uma agenda no Estado inteiro, tenho compromissos marcados até o fim de agosto. Preciso ser avisado com antecedência, fecho minha agenda um mês antes”.
 
Ainda de acordo com o superintendente, o recurso disponível para a agricultura familiar em 2003 era R$ 2,4 bilhões por ano. Hoje são R$ 28,9 bilhões disponíveis. Foi revelado também que em 90% dos assentamentos não havia moradia e. “O papel do Incra termina quando entregamos o processo para a entidade organizadora, todos os movimentos sabem disto”.
 
“Tem assentamento com quarenta anos sem ser titulado. Em outros casos, não há energia elétrica nos locais. Isso é responsabilidade de gestões passadas, que não tiveram respeito pelos trabalhadores. É preciso tratar as coisas com responsabilidade. Estamos trabalhando aos poucos para assentar as famílias. Nós temos só três equipes de vistoria que vão a campo em todo o Estado. Não temos as condições necessárias para atender todo o movimento ao mesmo tempo. Temos um cronograma para atender até dezembro todo o movimento”, argumenta Solterio.
 
O Incra nacional teve um corte de 49% em seu orçamento este ano, segundo o superintendente do Incra: “Não temos recursos humanos necessários para atender a demanda e nem suprimentos ou diárias para mandar nossos servidores a campo. O número de servidores é insuficiente. Temos 60% do nosso quadro funcional que estão em fase de aposentadoria. O nosso Estado é muito grande é a maior superintendência do país”.
 
“Estranho muito esse posicionamento deste movimento. Eles não protocolaram nem as pautas deles no Incra e quando eu vejo a pauta, o principal pedido é a minha saída. Estou enxergando um lado completamente político. Qual foi o momento em que deixamos de cumprir com nossas responsabilidades? É irresponsável dizer que o Incra em Mato Grosso está 100% parado. Temos orçamento para trabalhar o ano inteiro em cima dos pedidos deles”, finalizou.

O caso

Os trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra do Estado de Mato Grosso resolveram disparar contra o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), órgão responsável pelo assentamento das milhares de famílias acampadas no Estado. Segundo eles, o instituto não cumpriu os acordos feitos com o movimento. Além disto, foram elencados vários entraves que complicam a relação entre os dois. Por fim, pedem ainda o assentamento imediato de todas as famílias acampadas em Mato Grosso.
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