O movimento que já conta com milhares adeptos em todo país começa a ganhar corpo em Cuiabá. O ato denominado “Somos Todxs Adelir – Ato Contra a Violência Obstétrica” será realizado nesta sexta-feira (11), às 16h, na Praça Alencastro, em Cuiabá. Segundo uma das organizadoras do evento, Inara Fonseca, a expectativa é que cerca de 50 mulheres participem do movimento. “O objetivo principal é desmistificar e informar sobre o parto humanizado”, pontua.

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De acordo com Inara, a discussão sobre a violência obstétrica em Cuiabá ainda é tímida. Muitos casos não são relatados pelo desconforto vivenciado pelas mães durante o parto. Conforme a organizadora do evento, a violência obstétrica interfere não apenas na integridade física da mulher, mas também na psicológica.

Durante o ato, as mulheres irão se vestir de vermelho, simbolizando o sangue, e levaram velas em sinal de luto por Adelir Góes. Mãe que foi obrigada a realizar uma cesariana por medidas judiciais.

Conforme a organizadora, o caso de Adelir Góes, ocorrido em Torres, Rio Grande do Sul, abre um perigoso precedente que afeta direta ou indiretamente todos que militam por causas ligadas aos Direitos Humanos, Direitos das Mulheres, Direitos Sexuais e Reprodutivos, Direitos das Minorias.

Adelir foi obrigada a fazer uma cesariana mediante uma ordem judicial. A abordagem à Adelir ocorreu no meio da madrugada quando foi retirada de sua casa à força por policiais armados que também ameaçavam de prisão ao seu marido. Ela foi levada sob custódia para um hospital público designado por uma juíza.

De acordo com a mãe, durante o transporte, ela pediu para ser conduzida para outro hospital, que considerava uma melhor opção para si, e isso foi negado. Adelir foi levada para a sala de cirurgia sozinha, o que, segundo o movimento, feriu o direito garantido pela lei federal 11.108/2005, que garante a presença de um acompanhante.