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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

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Caminhões de comboio que saiu de Cuiabá foram usados para tráfico de drogas, contrabando e crime ambiental

Foto: Ulisses Lalio

Caminhões de comboio que saiu de Cuiabá foram usados para tráfico de drogas, contrabando e crime ambiental
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) enviou ao Supremo Tribunal Federal (PRF) uma lista com placas de veículos que participaram de um comboio organizado por manifestantes em Cuiabá, no dia 5 de novembro, e identificou caminhões envolvidos em crimes de tráfico de drogas, contrabando e ambiental.


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Centenas de caminhões vindo do norte de Mato Grosso chegaram a Cuiabá na tarde do dia 6 de novembro (sábado) para se juntar aos manifestantes acampados em frente à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, na avenida Historiador Rubens de Mendonça, conhecida como Avenida do CPA.  O movimento, que está no local desde o dia 1 de novembro, se manifesta pedindo intervenção militar. “SOS Forças Armadas”, gritam os manifestantes.

Conforme reportagem da Folha de São Paulo, na última quarta-feira (7), o ministro Alexandre de Moraes determinou multa de R$ 100 mil aos proprietários dos caminhões listados no documento, que foram identificados pelas autoridades de Mato Grosso.

Moraes também tornou esses veículos indisponíveis —ou seja, proibiu a sua circulação e bloqueou seus documentos. A decisão ocorreu após ele ter determinado a adoção de providências para o desbloqueio de rodovias e espaços públicos no estado.

A situação foi ressaltada pelo procurador-geral da Justiça de Mato Grosso, José Antônio Pereira, em ofício enviado ao STF em que pediu multa aos envolvidos. Ele destacou que "alguns desses veículos têm, inclusive, envolvimentos com ilícitos anteriores, conforme informação pela PRF" . Os donos dos veículos listados como participantes dos bloqueios são os mesmos que aparecem nos boletins de ocorrência registrados pela polícia.

Apreensão em Rondonópolis

Um dos veículos atingido pela decisão de Moraes já havia sido apreendido em boletim registrado por crime ambiental, em Rondonópolis (216 km de Cuiabá). O caminhão está em nome de Vanteir Pereira da Silva.

Segundo registro da PRF de Rondonópolis, o caminhão foi pego no dia 5 de dezembro de 2021, na BR-364, durante uma fiscalização conjunta com o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA) e a Polícia Militar Ambiental.

Ainda conforme a Folha, na ocasião, o veículo e a carga foram encaminhados ao pátio da PRF onde ficaria à disposição da Secretaria Municipal de Meio Ambiente para providências cabíveis, como medidas de remoção e guarda às custas do proprietário.

O motorista foi autuado pelo crime de transportar, adquirir e vender madeira, lenha e carvão sem licença válida. A reportagem disse que Silva também foi procurado pelo WhatsApp, mas não respondeu.

Outro caso aconteceu com um caminhão Mercedes Benz modelo Actros 265, já havia sido apreendido em outubro, mês anterior ao dos protestos dos quais participaram.

De acordo com documento da PRF, ele foi pego na BR-101, altura do município de Palhoça (Santa Catarina), transportando três toneladas de drogas (2,9 toneladas de maconha e 103 quilos de skank).

O motorista foi preso e vigilante, junto com o veículo, à Polícia Federal em Florianópolis. O condutor e outro homem que fazia parte do comboio informaram que ganhariam R$ 100 mil pelo serviço.

De acordo com o boletim de ocorrência obtido pela Folha, o caminhão estava registrado como propriedade da empresa Sipal Indústria e Comércio. A mesma companhia teve oito veículos registrados na polícia como participantes de atos antidemocráticos. No dia 17 de novembro, Moraes mandou bloquear a conta bancária da empresa.

O dono e sócios da Sipal foram contatados por e-mail, mas não responderam. A reportagem também ligou para a empresa e acionou por telefone e por WhatsApp o departamento de recursos humanos da empresa, que chegou a dizer nas mensagens que encaminharia os questionamentos para a área responsável —mas as perguntas nunca foram respondidas.

A mesma situação ocorreu com membros da família Bedin. Um dos três caminhões registrados em nome de Evandro Bedin usado nos atos também foi pego pela polícia operando para contrabando, em 2018. Bedin aparece como proprietário do veículo no registro do boletim.

O condutor já havia sido preso em outras ocasiões por transportar caixas de cigarros vindos do Paraguai, sem os devidos documentos para a entrada do produto. Bedin foi procurado pelo WhatsApp, onde exibe na imagem de perfil um punho cerrado com as cores da bandeira brasileira e a mensagem "Força, Capitão", mas não respondeu.
 
Em sua decisão sobre os trânsitos, Moraes afirmou que o deslocamento "inautêntico e coordenado" dos veículos para arredores de prédios públicos, em especial instalações militares, com fins de ruptura da ordem constitucional pode configurar o crime de abolição violenta do Estado democrático de Direito.

"Esse cenário, portanto, exige uma reação absolutamente proporcional ao Estado, no sentido de garantir a preservação dos direitos e garantias fundamentais e afastar a possível influência econômica na controlada de ideais e ações antidemocráticas", acrescentou.

Os atos golpistas iniciaram logo após serem confirmados a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva ( PT) sobre Bolsonaro nas eleições deste ano, em 30 de outubro.

Caminhões bloquearam rodovias em mais de 100 pontos pelo país e acampamentos foram montados em frente a unidades do exército em diversas cidades. Bolsonaro não condenou as manifestações em frente aos quartéis, mas pediu para que os bloqueios de rodovias fossem desfeitos.

Quando a PRF conseguiu desmontar as manifestações nas estradas, muitos caminhões seguiram para Brasília e estacionaram no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, na capital federal.
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