O debate da Rádio CBN Cuiabá, transmitido ao vivo na manhã terça-feira (13), foi o mais até o momento ácido nos embates entres candidatos a prefeito de Cuiabá, o que se refletiu no número de pedidos de direitos de respostas. Em sete momentos os candidatos sentiram sua honra atacada e solicitaram a chance de defesa. Apenas dois foram concedidos.

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A temperatura subiu de cara, na segunda pergunta do primeiro bloco do debate, quando Julier Sebastião (PDT) indagou Emanuel Pinheiro (PMDB) sobre a acusação de ter aplicado golpe e ter usado esmeraldas falsas para quitar uma dívida. O caso virou matéria da Revista Veja, publicada na segunda-feira (12) - veja aqui.
 
Emanuel também não poupou o adversário na resposta. Afirmou que o caso das esmeraldas é um problema privado e foi resolvido na Justiça. Na sequência, lembrou que o ex-magistrado já foi alvo da Polícia Federal durante fase da operação Ararath. O peemedebista afirmou que Julier foi investigado por venda de sentença e teve a casa e seu gabinete invadidos pela PF. “Nem entrou na vida pública e já está todo enrolado”, disparou.  


 Edson Rodrigues/Assessoria Wilson Santos

Quando foi citada a operação Ararath, Julier solicitou direito de resposta pela primeira vez. Ele foi o candidato que mais se sentiu atacado e pediu três vezes para que a direção do debate lhe concedesse tempo extra para se defender. Ganhou apenas uma vez, oportunidade em que aproveitou para atacar novamente Emanuel Pinheiro. Após o peemedebista dizer que ninguém sabe como ganha vida, o ex-juiz diz que agora tem um escritório de advocacia e se colocou à disposição para “defender” o adversário na Justiça no caso das esmeraldas. Antes disso, já tinha criticado a aposentadoria de Emanuel.
 
O outro candidato que ganhou um direito de resposta foi Renato Santtana (Rede), que foi acusado por Julier de ser um candidato “laranja” nesta eleição. “Nossa candidatura é responsável, estamos preparados emocionalmente e tecnicamente”, rebateu Santtana. Ele ainda afirmou que o termo laranja é extremamente pejorativo, o que mostra o despreparo emocional do adversário. Irritado, Renato ainda afirmou que acionará a Justiça contra Julier para que o adversário responda pela acusação.
 
Drogas e prostituição
 
Outro embate aconteceu entre a candidata Serys Slhessarenko (PRB) e Procurador Mauro (Psol), mas acabou “sobrando” para Julier Sebastião. A candidata perguntou se Mauro era favorável à legalização das drogas e à regulamentação da profissão de prostituta, bandeiras que o Psol defende nacionalmente. Ele respondeu que esses debates cabem ao Congresso Nacional, não à prefeitura, e alegou que tem divergências com o partido. Por fim, lembrou que o PT, partido que Serys militou por décadas, também defendia a legalização das drogas. Serys disse que se desfiliou do PT e que este agora é um “problema” do Julier, cuja vice é do Partido dos Trabalhadores.
 
O comunista
 
Em uma pergunta para Procurador Mauro, Wilson Santos (PSDB) ressaltou que o Psol é um partido comunista e perguntou como ele pretende estatizar os serviços públicos e reduzir cargos comissionados. Mauro afirmou que vem sendo atacado nas redes sociais pelo posicionamento de esquerda do Psol, mas afirmou que irá estatizar o transporte e o serviço público para melhorar os serviços para a população e cortará os cargos comissionados que, segundo ele, são em grande maioria cabos eleitorais empregados na administração municipal.
 
Os “forasteiros”
 
O candidato Renato Santtana (Rede) optou pelo bom humor na hora de responder uma provocação de Wilson Santos. O tucano lembrou que o adversário é de Mato Grosso do Sul e o candidato da Rede rebateu. “É o terceiro debate que ele fala que eu vim de outro Estado, mas ele também veio, não tem problema, Cuiabá é uma cidade cosmopolita”.