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Segunda-feira, 20 de maio de 2024

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Theatrum

Dilmar Dal’Bosco afirma que continua como líder do Governo e apresenta “álibi”

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Dilmar Dal’Bosco afirma que continua como líder do Governo e apresenta “álibi”
Depois de ter colocado o cargo a disposição por ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal, o deputado estadual Dilmar Dal’Bosco (DEM) afirmou  que continua como líder do Governo na Assembleia Legislativa. De acordo com ele, o governador Pedro Taques (PSDB) teria pedido pela permanência.


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“O governador me chamou para conversar e pediu para eu continuar como líder do governo. Acredita no meu trabalho, acredita na minha seriedade”, contou Dilmar, na manhã desta quarta-feira (19). Segundo ele, a conversa aconteceu na tarde de terça-feira (18), pouco tempo depois de emitir a nota na qual colocava o cargo a disposição. “Eu me preocupo muito. Não quero trazer nenhum transtorno, nenhum prejuízo ao governador Pedro Taques”, completou.

Dilmar compareceu a sede da Polícia Federal após ser intimado a prestar esclarecimentos e seu gabinete foi alvo de busca e apreensão na operação ‘Theatrum’, deflagrada para desarticular um suposto esquema de corrupção envolvendo servidores públicos do Incra, fazendeiros e políticos do estado de Mato Grosso. A fraude consistiria em acertos para “comparar” a fiscalização em Projetos de Assentamentos e garantir assim a continuidade em esquemas de grilagem de terra.

A denúncia de que o deputado estaria participando do esquema de corrupção, se deu após depoimento do empresário Eduardo Magalhães Pinto, que afirmou tê-lo visto almoçando com o servidor do Incra e com lideranças políticas na cidade de Itanhangá. Entretanto, Dilmar afirma que estava Assembleia Legislativa no dia desse encontro.

“No dia 21 de outubro de 2015 ele disse que me viu almoçando lá no [município] Ipiranga com o prefeito Pedro Ferronato, de Ipiranga, com o prefeito João Cabeça Branca, de Itanhangá, e o vice Rui, de Itanhangá, e a vereadora Elza. Neste mesmo dia, do 21 do 10, o prefeito Pedro Ferronato estava em Brasília. E no mesmo dia 21 do 10 eu estava na sessão da Assembleia Legislativa. Então ele faltou com a verdade”, alegou Dilmar.

Dilmar ainda questiona a idoneidade da ‘testemunha’, que está é investigada na operação Terra Prometida por comercializar lotes ilegais no P.A. Itanhangá, e teria obtido lucro de R$50 mil na transação.

Operação
 
A operação ‘Theatrum’, deflagrada na manhã desta terça-feira (18), tem como objetivo desarticular um suposto esquema de corrupção envolvendo servidores públicos do Incra, fazendeiros e políticos do estado de Mato Grosso. A corrupção consistiria na “compra” de fiscalização com resultado previamente acertado.
 
Conforme a assessoria de imprensa da Polícia Federal, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de condução coercitiva em Cuiabá (MT), Sinop (MT), Diamantino (MT) Itanhangá (MT), Ipiranga do Norte (MT), Planaltina (DF), Guaíra (PR) e Belo Horizonte (MG). Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, onde tramita o inquérito, em virtude de três investigados possuírem foro por prerrogativa de função.
 
As investigações apontaram que no dia 15 de setembro deste ano, políticos do estado de Mato Grosso, fazendeiros de Itanhangá e representantes dos assentados – muitos deles investigados e já indiciados na Operação Terra Prometida – realizaram uma reunião com o Incra em Brasília (DF) com o objetivo de desencadear uma supervisão ocupacional no Projeto de Assentamento Tapurah/Itanhangá, bem como, de substituir o servidor que estava previamente indicado para a coordenação dos trabalhos.
 
Valor
 
A Polícia Federal acredita que a supervisão ocupacional do PA Tapurah/Itanhangá, iniciada em 2015 e concluída 2016, tinha como finalidade a convalidação das ocupações irregulares, com a consequente baixa das condições resolutivas do título de domínio, o que permitiria que o assentado “laranja” transferisse formalmente a propriedade do imóvel para o fazendeiro, que já o adquiriu de forma ilegal.
 
Segundo informações obtidas pela Polícia Federal, cada lote do citado assentamento é comercializado por R$ 2 milhões. No âmbito da Operação Terra Prometida, deflagrada em 2014, foi apreendido um contrato de compra e venda de um lote comercializado em 2013 pelo valor de R$ 1,6 milhão. O assentamento possui 1.149 lotes de aproximadamente 100 hectare cada.
 
Terra Prometida
 
O inquérito policial da 'Terra Prometida' foi instaurado em 2010, após denúncias veiculadas pela imprensa a respeito de irregularidades na concessão e manutenção de lotes destinados à reforma agrária. No transcorrer da investigação descobriu-se uma verdadeira organização criminosa, com forte atuação na região de Lucas do Rio Verde e Itanhangá, estruturada para cometer crimes de invasão de terras da União, contra o meio ambiente, falsidade documental, estelionato, corrupção ativa e passiva, cujas penas podem chegar a até 12 anos de reclusão.
 
Segundo as investigações da operação 'Terra Prometida', do total de 1.149 lotes existentes no assentamento, mil já estavam em poder de pessoas que não possuíam o perfil de clientes da reforma agrária, os denominados “laranjas”. Boa parte residia em outros Estados, como São Paulo e Paraná. Eles pagavam valores irrisórios pelos lotes ou simplesmente pressionando as famílias. A estimativa é de que a fraude apurada nesta ação é de R$ 1 bilhão. (Colaborou Wesley Santiago)
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