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Sábado, 27 de abril de 2024

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Empresa que faz gestão de UPA de Sinop onde criança morreu seria de ex-secretário preso; vereador faz denúncia ao MP

Foto: Rogério Florentino/ Olhar Direto

Empresa que faz gestão de UPA de Sinop onde criança morreu seria de ex-secretário preso; vereador faz denúncia ao MP
A empresa Vida e Sorriso Clínica Médica Odontológica, responsável por fazer a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sinop (480 km de Cuiabá), seria do ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva, preso recentemente por desvios na Pasta de Cuiabá. O vereador Mário Sugizaki (PODEMOS) usou a tribuna da Câmara Municipal para denunciar o caso e protocolou uma denúncia no Ministério Público Estadual  contra o Instituto de Gestão de Políticas Públicas (IGPP), responsável pela contratação da empresa de Célio. 


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As denúncias sobre a gestão da Saúde de Sinop vieram à tona após a morte da pequena Manoella Tecchio, de apenas três anos. Ela faleceu após dar entrada com tosse seca na UPA no dia 8 de março. Diante do caso, a Prefeitura Municipal determinou no domingo (12), a abertura de sindicância para apurar a situação e afastou a médica responsável pelo atendimento. Abalados com a morte da filha, os pais cobram providências e melhorias na saúde.

Em sua fala durante sessão ordinária nesta segunda-feira (13), Sugizaki afirma que IGPP teria sido contratado após ser instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Instituto Social Saúde Resgate à Vida (ISSRV). Entre as denúncias estavam atrasos de pagamento de salários aos prestadores de serviço, além de aditivos superiores a R$ 1 milhão, visto que o valor contratual seria de R$ 2,4 milhões e os repasses de R$ 4 milhões.

“Fizemos uma CPI ano passado do ISSRV. Um contrato de R$ 2,5 milhão e o município pagava mais de R$ 4 mi. Quando abrimos essa CPI, no mesmo mês foi rescindido o contrato unilateralmente pela Prefeitura que colocou esse IGPP”, afirmou o vereador.

Sugizaki afirma que solicitou os nomes e contatos dos funcionários contratados já que não estariam no Portal da Transparência. Mas conforme ele, as informações nunca foram repassadas.

A atual gestora da Saúde teria firmado contrato de R$ 5 milhões com aditivo de mais R$ 6 milhões. Do ano passado para cá, foram abertas mais 3 UBS’s em Sinop, o que poderia ser justificado pela empresa como aumento no valor dos repasses. Porém, o parlamentar assegura que há ausência de profissionais nas unidades básicas. 

"Por incrível que pareça estive nessas UBS’s deste contrato e em nenhuma dessas tem todos os servidores, todos os funcionários que deveriam ter, do que está estabelecido no contrato. Significa o que? Descumprimento de contrato. Falta técnico de enfermagem em todas as unidades, [bairro] Altos da Glória está faltando dentista, faltando auxiliar de dentista", assegura. 


Antes da contratação da Vida e Sorriso Clínica Médica Odontológica, a empresa gestora era a Mediclin. Os serviços teriam sido deixados de ser prestados em janeiro. “Acho bom entender por que ela saiu, essa empresa saiu em janeiro, interessante que em fevereiro os holerites foram emitidos por essa empresa Mediclin. Mas não era mais essa empresa, agora a empresa chama Vida e Sorriso Clínica Médica Odontológica. Eles [Mediclin] pagaram em fevereiro e o holerite saiu em nome da outra empresa [Vida e Sorriso Clínica Médica Odontológica]. Como assim? Como que isso pode acontecer? Pode perguntar para os médicos, todos receberam por PIX desta empresa. Que empresa é essa? Uma empresa de contratação de serviço, só que o proprietário está preso”, enfatiza. 

O parlamentar se refere ao ex-gestor da Saúde de Cuiabá. Célio Rodrigues da Silva foi preso em fevereiro durante Operação Hypnos por suposto de desvio de aproximadamente R$ 5 milhões na falsa compra de medicamentos em plena pandemia. Célio foi solto no último dia 9 por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Outro lado

A defesa de Célio, o advogado Ricardo Spinelli afirmou que Célio não faz mais parte do quadro societário da empresa. Segundo ele, as acusações são levianas, infundadas e insubsistentes.

“A defesa repudia com veemência esse tipo de infundada acusação de modo que não existe qualquer tipo de ilegalidade. Pelo contrário, há total legalidade e absoluta regularidade na prestação de serviço. E por último, o próprio Célio não figura mais no quadro societário da empresa.

“O Célio sempre se colocou à disposição das autoridades, do próprio Poder Judiciário e continua se colocando à disposição para qualquer tipo de esclarecimento que se faça necessário. Ele certamente confia no Poder Judiciário e no sistema de Justiça”, finalizou.

Procurada, a Prefeitura de Sinop informou que não irá se pronunciar sobre o caso. O espaço segue aberto. 
 
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