O ex-candidato a deputado federal Rafael Yonekubo, a advogada Analady Carneiro e o militar das Forças Armadas (aposentado) e caminhoneiro Adavilso Azevedo estão entre os alvos da operação da Polícia Federal que mira apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que participam e financiam atos antidemocráticos, como bloqueios de rodovias e protestos em quartéis.
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Acompanhados de um advogado, Rafael e Analady compareceram na sede da PF em Cuiabá, na manhã desta quinta-feira (15) para prestar depoimento. Ambos foram alvos de busca e apreensão e os agentes da PF apreenderam aparelhos celulares para análise do conteúdo.
Co-fundador do Movimento Direita Mato Grosso, Rafael disse que a PF chegou na residência dele por volta das 6h. "Xandão mandou a Polícia Federal vir aqui em casa. Mas está tudo bem, graças a Deus”. Com relação a Analady, os agentes estiveram no no residencial Pico do Amor, bairro Dom Aquino, em Cuiabá.
Quem também compareceu para depor foi o militar aposentado Adavilso Azevedo. Em entrevista ao
Olhar Direto em frente à sede da PF, Adavilso Azevedo disse ter sido surpreendido por volta das 6h por cerca de 30 agentes. Ele nega ter participado das manifestações após resultado das eleições presidenciais em 30 de outubro e questiona qual crime teria cometido.
“Eu acordei com barulho atípico porque moro em um prédio com três andares, eu moro no andar do meio, e eu escutei uma conversa, quando abri a porta tinha mais de 30 agentes da Polícia Federal adentrando minha casa, mandando mão na cabeça, encosta, encosta. Não me falaram nada, foram entrando, depois de um certo tempo da abordagem, ele foi me dar o mandado de busca e apreensão sobre o ministro Alexandre de Moraes. Li as três páginas da busca e apreensão e aqui não fala nada, não fala o crime que a pessoa cometeu, não fala nada”, afirma.
Ao todo, são cumpridas 81 ordens de busca e apreensão, sendo 20 em Mato Grosso das quais cinco são em Cuiabá. A operação é uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e mira pessoas físicas e jurídicas identificadas pelas forças de segurança locais e federais.
Os mandados são cumpridos nos estados do Acre (9), Amazonas (2), Rondônia (1), Mato Grosso (20), Mato Grosso do Sul (17), Paraná (16) e Santa Catarina (15), além do Distrito Federal (1).
No último dia 7, Moraes determinou aplicação de multa de R$ 20 mil para todas as pessoas que participarem dos atos antidemocráticos que ocorrem em Mato Grosso. A determinação, que atendeu pedido do Ministério Público, integra a mesma decisão que afastou o prefeito de Tapurah, Carlos Capeletti. Além disso, o ministro ordenou multa já estabelecida de R$ 100 mil para cada pessoa jurídica, bem como aos proprietários dos veículos usados no bloqueio.
“Determinar à Superintendência da Polícia Federal e Rodoviária Federal e às Polícias Militar e Civil do Estado de Mato Grosso que tragam aos autos a informação detalhada sobre os veículos utilizados na prática de atos antidemocráticos, com a qualificação dos proprietários respectivos; e a identificação (nomes e qualificação pessoal) de todos as pessoas que participarem dos atos antidemocráticos , para efeito de aplicação de multa horária de R$ 20.000,00 para cada pessoa física, além da multa já estabelecida de R$ 100.000,00 para cada pessoa jurídica”, discorreu o ministro em um trecho da decisão.
