Falso coordenador da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) que fazia promessas de empregos na Pasta, Cleber Augusto Mendiola, conhecido como Júnior, cometia os crimes de estelionato há pelo menos seis meses. Ele foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta quinta-feira (13), após investigação da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá, que resultou na Operação Antropia.
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Conforme o delegado responsável pela investigação, Alexandre Nazareth, pelo menos 50 pessoas foram vítimas do golpista. "Ele vendia cargo de professor, motorista, vigilante, serviços gerais, bibliotecário. Para cada cargo ele oferecia uma tarifa de contratação, como se ele fosse uma agência", disse em entrevista ao
Olhar Direto. "Ele convencia as vítimas que para garantir a vaga era necessário pagamento dessa tarifa", acrescentou.
Foram boletins de ocorrências registrados contra o golpista em diferentes unidades policiais de Cuiabá. A Delegacia Especializada, então, percebeu que havia um grande número de vítimas e o delegado instaurou inquérito que hoje ultrapassa três volumes de páginas. "Como havia os indícios da autoria, esse número da materialidade da prática de infração penal, instauramos inquérito policial, ouvimos todas as vítimas, uma delas até nos apresentou alguns documentos utilizados pelos estelionatários", afirmou.
"Para corroborar com os depoimentos que foram colhidos nos autos, a gente deflagrou (a operação), que é uma segunda etapa da investigação para utilizar da exploração dos celulares dos investigados, trazer essas informações que eles trocavam entre eles, e entre as vítimas para os autos do inquérito policial", disse.
Os aparelhos foram encaminhados para Perícia Técnica (Politec) para extração dos dados. Alexandre Nazareth representou pela prisão de Cleber, mas o Poder Judiciário entendeu que não há provas suficientes.
As buscas no âmbito da operação Antropia são resultados de dois inquéritos policiais para apurar os golpes digitais do “falso emprego” e “falso intermediador de vendas” na região metropolitana de Cuiabá. Ao todo, foram cumpridas 14 ordens judiciais com objetivo de colher mais elementos para o inquérito policial na região dos bairros Osmar Cabral e Jardim Imperial em Cuiabá e na região do bairro Cristo Rei, em Várzea Grande.
No caso do golpe do "falso intermediador de vendas", o suspeito mira algum vendedor de veículo em sites de classificados e demonstra interesse na compra. Depois disso, garante que irá adquirir e pede que o vendedor remova o anúncio.
Com a remoção, o suspeito cria um anúncio falso com as fotos originais do veículo. Com preço abaixo do mercado para atrair rapidamente as vítimas, o suspeito diz ser um intermediador e consegue realizar a venda do veículo que não é dele.
Para a pessoa que pretende comprar o veículo anunciado pelo golpista abaixo do preço, o suspeito pede parte do pagamento ou o valor total. Com o dinheiro em conta, o criminoso desaparece e deixa duas vítimas.
Ainda no processo de negociação em que o golpista diz ser o intermediador, o suspeito marca um encontro entre o real vendedor e a pessoa atraída pelo anúncio criminoso. O agenciador pede para o comprador não comentar com o vendedor o valor do veículo durante o encontro e assim consegue lesar as duas pessoas.
Em alguns casos, há um atrito entre o proprietário do veículo e o comprador, que quando descobre ter caído em um golpe e ter passado o dinheiro para o golpista, se nega a entregar o veículo.
.jpeg "Delegado ouviu todas as vítimas durante a investigação.")
