Cerca de 500 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) voltaram a bloquear a BR-163, entre Sorriso e Sinop, por volta das 5h30 desta quinta-feira, depois que uma reunião com o superintendente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Mato Grosso, Valdir Mendes Barranco, não teve o resultado esperado.

Filas já se formam nos dois sentidos da rodovia federal. Os sem terra sustentam que agora não há previsão para liberação da pista para o tráfego de caminhões, ônibus de linha e automóveis. “Só vai passar ambulância, carro forte e ônibus escolar”, disse, ao Olhar Direto, a responsável pela comunicação do MST no local, Teca Silva.

O encontro entre o MST e o superintendente do Incra foi ontem à tarde, na Câmara de Sorriso. Barranco explicou que o Incra estadual não tem condições de atender as reivindicações em pauta. O MST quer o reconhecimento de assentamentos em Sorriso, Cláudia e União do Sul, expedição de documentos de assentamentos já reconhecidos, acesso a financiamentos, entre outros.

A reunião aconteceu depois que o MST interrompeu o tráfego entre Sorriso e Sinop durante toda a segunda-feira e, na terça-feira, entre as 5h e 14h. No primeiro dia de bloqueio houve liberação da pista entre as 11h30 e 13h30 e depois das 18h. Já no segundo dia, o clima ficou tenso entre os sem terra e os motoristas de caminhão, que ameaçavam romper as barreiras na pista (pneus e galhos de árvore) para seguirem viagem.

O bloqueio da rodovia faz parte do “Abril Vermelho”, cujas manifestações do MST acontecem ordenadamente neste mês, em todo o país. Em Cuiabá, por exemplo, integrantes do movimento acamparam-se em frente a um shopping. No Mato Grosso do Sul, a BR-163 foi bloqueada na região Sul do Estado. Em Brasília, os sem terra posicionam-se em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e cobram audiência com a presidente Dilma Rousseff.

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