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Domingo, 28 de abril de 2024

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CASO MANU

'Não há condições para o amor que sentimos e a falta que nos faz', lamenta pai de criança que morreu em UPA

Foto: Reprodução

'Não há condições para o amor que sentimos e a falta que nos faz', lamenta pai de criança que morreu em UPA
Lucas Pootz, pai da pequena Manoella Tecchio, de apenas três anos, que faleceu após dar entrada com tosse seca na Unidade de Pronto Atendimento de Sinop (480 km de Cuiabá), no dia 8 de março, se manifestou mais uma vez sobre a morte da filha. “Minha filha, você foi muito amada e não existe nada que você possa fazer para mudar isso. Não há condições para o amor que sentimos e a falta que nos faz. Será para sempre nosso amor”, lamentou em publicação no Instagram.


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A morte de Manoella resultou em uma série de denuncias sobre as condições da UPA onde ela faleceu e também contra a empresa responsável pela administração. População de Sinop se comoveu com o caso e cobrou melhorias na estrutura de saúde local.

Em outra publicação, o pai desabafou. “As saudades que sinto conseguem falar por mim e não há um dia em que não pense na falta que você me faz. Vou recordar para sempre seu sorriso, sua alegria e a vontade de viver que demonstrou em todos os momentos. Meu amooor, (como você me chamava), o meu amor por você é eterno! Dias e dores difíceis de explicar, de dia até me distraio nos afazeres, mas quando vem a noite a dor bate, não tem mais ninguém para me dar susto ou ficar me puxando pedindo mamá, que o mamá do papai era mais gostoso. Senhor me daí forças”.

Denuncias

Após o falecimento de Manoella, veio à tona denúncia de um suposto esquema que estaria desviando verba por meio da empresa terceirizada Vida e Sorriso Clínica Médica e Odontológica Ltda, que foi contratada pelo Instituto de Gestão de Políticas Públicas (IGPP) para operacionalizar o pagamento de médicos e profissionais da UPA 24 horas, Policlínica Meninos Jesus e algumas unidades de saúde de Sinop. A Câmara de Vereadores, então, pediu afastamento da secretária de Saúde, Daniela Galhardo.

“Prefeitura não sabe de nada, única coisa que fizemos foi mandar apurar os fatos. Criança morre em todo lugar, em Cuiabá morreram cinco na Santa Casa e ninguém falou nada, todo mundo ficou quieto. Agora, morreu uma criança em Sinop. Não somos alta complexidade, é só uma passagem, aí acontece isso e vêm falar de secretária, de OS”, disparou o prefeito, Roberto Dorner (Republicanos), em entrevista recente, visivelmente irritado ao ser questionado sobre o afastamento da gestora da Pasta. 

“Nós mandamos apurar os fatos e quem é culpado vai pagar. Ponto. Doa onde doer. Tá sobrando médico em Sinop. Será que foi falta de cuidado médico? Nós afastamos a médica. Agora, a secretária? Ela não tem culpa. Ela vai ser culpada por um mal atendimento? A partir do momento que ela tiver culpa, ela também sai, mas enquanto isso não vou cometer injustiça”, completou Dorner.

Exumação

O delegado Ugo Rek de Mendonça, responsável pelo caso, pediu a exumação do corpo da criança para apurar possível imperícia médica no atendimento da vítima. Em coletiva de imprensa, Ugo afirmou que apesar de invasivo, o exame é necessário para identificar possíveis irregularidades no atendimento prestado à vítima. O delegado ainda pediu urgência na realização do exame, já que com o tempo o corpo acaba se deteriorando, impedindo a precisão da análise. 

“Esse tipo de exame, apesar de ser invasivo, é necessário para que a perícia possa detectar possíveis negligência, imprudência e imperícia, que é o que ocorre nesses casos de atendimento médico. Então foi feito o pedido desse exame e agora estou aguardando o laudo para confirmar a situação [...]. Tudo isso leva um tempo para que seja apurado, mas a exumação é necessária ser feita com urgência, porque quanto mais passa o tempo, mais o corpo se deteriora. A gente conseguiu fazer em nove dias”, disse na manhã de sexta-feira (17). 

Médicos retornam ao trabalho
 
Os três médicos afastados retornaram ao trabalho terça-feira (21). A retomada foi confirmada após o registro de um documento de reintegração, feito pelo Instituto de Gestão de Políticas Públicas (IGPP). Apesar do retorno, as investigações sobre um possível caso de imperícia médica continuam em andamento.

O afastamento da médica responsável pelo atendimento da criança foi decretado pela Prefeitura de Sinop, no último dia 13 de março. Outras duas pessoas também foram afastadas e tiveram o retorno autorizado pela administração municipal. 
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