Na teoria, a extensão Universitária está pautada no processo acadêmico no qual as ações desenvolvidas no meio universitário impactam diretamente a sociedade de modo transformador. Já na prática - e na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) - ela segue como instrumento para integrar as comunidades e, no caso específico do enfrentamento à pandemia do Coronavírus, transformou-se em ações/projetos que, em maior ou menor grau, salvam vidas.

Seja no Câmpus do Araguaia, Cuiabá, Sinop ou Várzea Grande, a extensão da UFMT aproximou ainda mais as comunidades a partir de ações nas áreas da saúde, cultura, economia e política. Seu desenvolvimento deu-se a partir de um olhar peculiar sobre a realidade e a necessidade da sociedade mato-grossense, objetivando a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar social integrado ao ensino e a pesquisa da Universidade.

Desde março, com foco nesta atuação a Coordenação de Extensão (Codex), vinculada à Pró-reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (PROCEV) desenvolveu editais que fomentassem aos servidores docentes e técnicos administrativos a proporem ações de Extensão voltadas para o combate, prevenção, monitoramento e segurança das pessoas nos mais diversos contextos em que estão inseridos, seja em hospitais, postos de saúde, escolas, comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas, rurais, urbanas e ribeirinhos do estado de Mato Grosso.

Para ilustrar o que está sendo dito, cita-se alguns exemplos: na Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia (Faet), há o trabalho de produção de equipamentos individuais de proteção, como a fabricação e adaptação de máscaras pelo Laboratório de Arquitetura e Urbanismo (lab.au/fablab) disponibilizados para ajudar os profissionais da saúde no combate ao Coronavírus.

Em colaboração com o Hospital Universitário Júlio Müller, tanto o Câmpus de Cuiabá como o de Sinop, mostrando articulação com instituições municipais, estaduais, privadas e sem fins lucrativos, criou-se os meios necessários para a realização de diagnóstico e testagem para a Covid-19.

Outra ação importante é a produção de aproximadamente 65 mil litros de álcool em gel - produto indispensável na prevenção ao novo Coronavírus – para doação para hospitais públicos e comunidade vulnerável do estado, realizado em parceria com diversos órgãos com a doação dos materiais para o processo de produção. Além de articular politicamente, a UFMT está desenvolvendo a formulação e outras possibilidades visando reduzir o custo de produção e garantir a qualidade do produto e a logística de distribuição para que o produto chegue ao destino de uso.

A extensão também produziu vídeos e cartilhas para orientação da população nas áreas de saúde mental, nutrição, prevenção ao Coronavírus, atendimento on-line via call center, sites de monitoramento da Covid-19, notas técnicas, qualificação de profissionais da saúde e da educação básica. Também foram desenvolvidas as ações de informação, conscientização e entretenimento, realizados pelos projetos na área cultural, das artes e da comunicação da Universidade, com disponibilização de podcast com temáticas relacionadas a Pandemia, jogos, repertórios musicais, exposições virtuais, aulas e dicas musicais, momentos de leitura, poesias e histórias.

Com esses pequenos apontamentos não é falsa a ideia de dizer que a UFMT contribuiu significativamente para salvar vidas em Mato Grosso. A pandemia causada pelo novo Coronavírus trouxe uma série de impactos econômicos e sociais, especialmente para a população de baixa renda.
No entanto, proporcionou à UFMT, além de se fortalecer com a integração da ciência, tecnologia e inovação no escopo da extensão, mostrar, mais uma vez, que está sempre presente e atenta às necessidades da população mato-grossense.



Sandra Jung de Mattos é Técnica em Educação e Coordenadora de Extensão da Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Vivência da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Mestre em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação pela mesma instituição.

Renilson Rosa Ribeiro é Pró-reitor de Extensão, Cultura e Vivência da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Docente do Departamento de História da mesma instituição, no campus de Cuiabá. Doutor em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).