Olhar Direto

Segunda-feira, 06 de maio de 2024

Opinião

A mulher

A mulher moderna enfrenta desafios todos os dias e, ainda que as conquistas de ontem sejam louváveis, ela continuará a sua jornada de luta.
 
É do conhecimento de (quase) todos que nós mulheres temos enfrentado nossos desafios sociais com muita determinação, não há outra forma de ser.
 
As mudanças vivenciadas pelas últimas gerações de mulheres determinadas e independentes, é de fato complexa. Pois vivemos em uma sociedade que “entrega” liberdade, dignidade e sucesso, mas ao mesmo tempo nos sufoca com cobranças que são quase inalcançáveis.
 
Somos “mulheres maravilhas”, dedicadas ao conhecimento diário para expandir nossas competências, que acreditam no crescimento pelo esforço. Nós trabalhamos com uma carga horária alucinante, cuidamos da casa, dos filhos, fazemos concessões em nossos relacionamentos afetivos e, ainda, precisamos nos cuidar esteticamente de uma forma que estejamos impecáveis, seguindo um padrão ditado pela moda.
 
O que diferencia o pensamento e a atitude de muitas mulheres que se posicionam hoje, das que enfrentaram o status quo nas décadas passadas, é o de que o extremismo é perda de tempo quando se propõe a conquistar novos espaços. Essas mulheres não são radicais, procuram entender o que acontece e estão se desenvolvendo e um espaço diferente, mais efetivo e focado na realidade.
 
As mulheres desse novo movimento que luta por um espaço mais plural, não dialogam utilizando do vitimismo, mesmo conhecendo a violência e os comportamentos misóginos que as rodeiam.
 
Ao serem independentes e partirem para um diálogo com a política, empresas e organizações variadas, muitas encontram obstáculos nos seus relacionamentos afetivos, pois o homem machista e/ou psicopata narcisista não admite que o objeto de sua propriedade voe com as próprias asas, pois estes entendem que a liberdade da mulher e as oportunidades que têm de conquistar seu projeto de felicidade os deixarão sem o controle dela.
 
Estes homens não conseguem conviver com o sucesso e a liberdade daquelas que eles acreditam serem o objeto de sua propriedade. Nesta realidade, o resultado é a violência contra a mulher, seja física ou moral.
 
E, neste contesto, observamos uma sociedade em que alguns homens não aprenderam a lidar com a frustração de “perder sua propriedade na pele de mulher”, e por isso, as ferem e as matam.
A nossa exigência muitas vezes é básica: sermos ouvidas de forma humana nas delegacias quando ocorre uma ameaça; receber proteção do Estado, que deve garantir nossa segurança e desenvolver campanhas e políticas públicas efetivas que busquem prevenir a violência contra a mulher.
 
A mulher moderna não aceita privilégios, não quer ser vista como uma flor e frágil, mas como um ser humano com habilidades, talentos e competências necessárias para o mercado de trabalho, casamento e vida social.
 
A mulher moderna e madura não se preocupa tanto com as críticas, subjuga todas elas e a transforma em desafios.
 
Assim, concluindo este texto sobre nós mulheres modernas, com a minha visão de mulher que conquistou as duras penas a sua independência e seu espaço, acredito que nossas descendentes irão além de nós, vencerão os novos desafios com mais propriedade e sucesso, mas precisamos que todos participem desse movimento de forma mais madura.
 
Este texto é dedicado a todas as mulheres vítimas de violência, e em especial, a colega, Thais Machado, assassinada em frente à casa de sua mãe em janeiro de 2022.
 

Ana Lucia Ricarte
Advogada Familiarista
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