Olhar Direto

Sexta-feira, 03 de maio de 2024

Opinião

Pegar carona nas ideias alheias é fácil, difícil é executar e ter sucesso

Após um mês que o Gabinete de Intervenção começou a gerir a saúde pública do município, apesar de alguns veículos de comunicação estarem (convenientemente) divulgando o quanto a situação melhorou, na prática não é isso que está acontecendo. Basta ver a quantidade de vídeos circulando nos grupos de whats app, com sérias reclamações acerca de falta de atendimento médico nas unidades de pronto atendimento, sobretudo nos fins de semana. 

Na realidade, desde que a Intervenção assumiu a gestão da Secretaria Municipal de Saúde, as coisas apenas pioraram. O problema de falta de médicos nas UPAs e Policlínicas já tinha melhorado muito com o trabalho que estava sendo realizado baseado no plano de ação da Secretaria de Saúde, apesar de algumas faltas pontuais que ainda aconteciam. Mas em momento algum, antes da intervenção estadual, aconteceu de alguma destas unidades ficarem sem ao menos 1 médico, como foi visto neste fim de semana. 

O que o Estado fez até o momento foi tão somente dar continuidade às ações que estavam previstas no plano de ação da Secretaria e que já estavam em andamento. Um exemplo muito claro foi a contratação dos médicos para algumas unidades básicas de saúde, que há muitos meses estavam sem estes profissionais. Pois bem, o Gabinete de Intervenção nada mais fez do que chamar os médicos que passaram no processo seletivo que a SMS fez exclusivamente para eles e que inclusive já havia soltado a convocação. Com uma simples pesquisa no site da Prefeitura, onde estão publicadas as matérias sobre saúde, é possível constatar que a convocação foi realizada no dia 15 de março e que os médicos teriam 15 dias a partir daquela data para entregar a documentação. Ou seja, a grande solução para a questão da falta de médicos nas unidades básicas que a Intervenção disse que efetuou, nada mais foi do que simplesmente alocar os médicos que passaram no seletivo que a própria Secretaria de Saúde realizou. A Intervenção simplesmente se apropriou de uma solução que já estava em andamento.

Outro exemplo de que a Intervenção nada fez a não ser seguir o plano da Secretaria é em relação à questão dos medicamentos. Segundo matéria divulgada no site da Prefeitura, publicada também em 15 de março na parte de Governo, a Prefeitura revelou que já tinha adquirido cerca de R$ 1,7 milhões em medicamentos, por meio do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Cuiabá (CISVARC) e que esses medicamentos já tinham começado a chegar. Além disso, já tinha ordem de compra de mais R$ 2,3 milhões em medicamento e insumos. 

O que o Estado deveria ter feito antes e que, apenas agora resolveu ajudar, é no problema do sub-financiamento do SUS na capital, que sempre carregou a saúde pública do Estado inteiro nas costas. Falar e apontar o dedo para os erros é muito fácil. Agora a intervenção estadual está sentindo na pele o que é gerir a saúde de Cuiabá (sem êxito, até o momento).


Juca do Guaraná - bacharel em Direito e deputado estadual (MDB)

 
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