Olhar Direto

Terça-feira, 07 de maio de 2024

Opinião

A vitória no deserto Canguçu

Essa é a terceira vez que tento iniciar essas linhas de agradecimento. Talvez seja a quarta, confesso. O que me ocorre, contudo, é pensar somente nos quarenta dias de deserto enfrentado por Jesus, evento bíblico que sucede ao seu batismo e inaugura sua jornada como nosso Salvador. Penso nesse deserto de tribulações, aridez emocional e dificuldades, enquanto reflito sobre os quarenta dias de “Operação canguçu”, que se desmobiliza nesse momento, e também constituiu-se como batismo de fogo às centenas de bravos policiais que lá estiveram. Verdadeiro deserto a provar do que cada um e uma era feito. Levando-os ao limite, do físico ao mental, da fé na missão à desesperança momentânea, por vezes ao fim de dias aparentemente vãos de jornadas vertiginosas. Do deserto das noites insones e esposas sem notícias. Do deserto dos filhos vistos somente do outro lado da tela do celular, quando muito. 

Não foram quarenta horas, foram quarenta dias onde as patrulhas poderiam encontrar o seu epílogo num desfecho inesperado. Num local inóspito. Onde trilhas, vales e pântanos, palmilhados sob alta-tensão poderiam revelar encontros fatais, por minutos intermináveis. Para quem se dispõe a enfrentar o novo cangaço, com seu arsenal e poderio, é somente no poder de quem esteve entre as feras e vencendo foi servido, Jesus Cristo!, que poderíamos também obter vitória. E vencemos. 

E louvo essa vitória na vida de cada guerreiro e guerreira que atravessou o deserto Canguçu. A cada confronto entre o bem e o mal onde o adversário fez-se derrotado. A cada apreensão a despojar do inimigo suas armas (fartas e impressionantes). A cada ocasião em que somente a união na sua forma mais pura tornou possível o impossível, considerando a extensão territorial de busca, independente do uniforme que se usava, do Estado e instituição a que pertenciam, havia um só sentimento e coração, pois no deserto todos se igualam ante as agruras e objetivos comuns. A vitória inaudita obtida nessa estação ecológica de Tocantins chamada “Canguçu”, palco do nosso deserto, tem nome e sobrenome, e em espírito de gratidão que agora injeta meus olhos passo a honrar no que segue.

A quem Deus usou como mão para suprir, proporcionar meios, e principalmente acreditar e encorajar a todos nesses quarenta dias: o governador Mauro Mendes. Foi ele que como maestro regeu essa grande orquestra em harmonia de disposições e ânimos. Foi ele quem afiançou com sua palavra e ação contundente todo esforço empenhado, e o cumpriu, fazendo-se presente física ou remotamente durante toda a operação; como líder servidor sempre pronto. Ao secretário de segurança pública Cesar Roveri, que coordenou as forças de segurança com competência e dinâmica. Ao Cel PM Roque (e briosa equipe!) por sua liderança, experiência e técnica durante cada segundo da operação. Aos Comandos Regionais de Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Peixoto de Azevedo, Barra do Garças, Água Boa e Vila Rica. Às tropas da ROTAM, do BOPE, do Ciopaer e do Gefron. À diretoria central de inteligência da PMMT. Aos irmãos de farda de outros Estados na pessoa dos Comandantes-Gerais das PMs de Tocantins, Pará, Minas Gerais e Goiás: muito obrigado. A todos profissionais da segurança pública que estiveram direta ou indiretamente envolvidos nesse desfecho bem-sucedido, a minha marcial continência e agradecimento.

Quero concluir essas linhas precárias, diante do imenso dever da gratidão, com a frase final da provação enfrentada por Cristo em seu deserto: “por fim, o diabo o deixou, e os anjos se aproximaram para servi-lo”. Em Canguçu, podemos dizer o mesmo. Amém.


Alexandre Mendes – Cel PM
Comandante-Geral da PMMT
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