Olhar Direto

Sábado, 11 de maio de 2024

Opinião

Hidrogênio verde nos postos em até dois anos

A pauta do Hidrogênio Verde voltou a ganhar destaque na imprensa em março deste ano, graças a Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde (CEHV), criada pelo presidente do senado, Rodrigo Pacheco. Observamos a articulação no Congresso como um indicativo de que a alternativa está sendo examinada, de perto, pelo poder público. Então, uma pergunta importante neste momento é: quando o hidrogênio verde chegará aos postos de combustíveis brasileiros?  

Com o objetivo de estudar sua aplicação como fonte energética no Brasil, a comissão foi criada para debater, no prazo de até dois anos, políticas públicas que contemplem o consumo de hidrogênio verde, de modo a fomentar a distribuição de combustíveis gerados por energia renovável ou de baixo carbono. A denominação "verde" faz referência à técnica de produção, por meio da eletrólise, que separa o hidrogênio da água através das energias solar e eólica; ou seja, é obtido sem emissão de CO2.  

Mas o interesse neste combustível vai muito além do poder público, e o setor privado acelera a corrida para torná-lo realidade em breve. Algumas empresas estimam que em até dois anos, o combustível já esteja sendo comercializado direto nos pontos. Como sabemos, a maior dificuldade na tecnologia está no transporte, e para isso a saída estudada é fabricar o combustível diretamente nos postos. 

O projeto tem como objetivo validar a tecnologia de reforma de etanol, envolve a construção de uma planta dimensionada para produzir 50 metros cúbicos por hora de hidrogênio. Posteriormente, será implantada uma segunda unidade, dez vezes maior. De acordo com informações, a autonomia é de que seja possível rodar até 600km com apenas cinco quilos do combustível. 

Para ser considerado "verde", todas as fases da produção e transporte devem depender unicamente de energias limpas e renováveis. Ou seja, mesmo que fosse produzido em outro país, ainda não poderia ser distribuído em larga escala no Brasil.   

O hidrogênio verde representa a possibilidade de "descarbonização" da nossa economia. Para que o "sonho" se torne realidade, no entanto, é necessário investimentos em infraestrutura de produção e distribuição. Há um longo caminho a ser trilhado para garantir sua comercialização de maneira eficiente. Mas já podemos dizer que, graças ao hidrogênio verde, temos uma perspectiva de futuro brilhante.   


Claudyson Martins Alves é empresário do segmento de combustíveis e vice-presidente do Sindipetróleo.  
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