Olhar Direto

Quarta-feira, 01 de maio de 2024

Opinião

Diamantino: O renascimento de um patrimônio histórico no Centro Oeste

A história de uma cidade, sua arquitetura e respectivas funções públicas e privadas contribuem para a formação de características que definem um perfil urbano. Além dos aspectos de singularidade de suas edificações, os elementos históricos e econômicos são aqueles que mais fortemente revelam a identidade local.

O ciclo do ouro e da mineração deu origem a diversas cidades, hoje consideradas patrimônios nacionais e mundiais como Ouro Preto (MG), Paraty (RJ), Tiradentes (MG), Pirenópolis (GO), que surgiram a partir do final do século XVIII, com a chegada dos exploradores de minério.

O Centro Histórico de Diamantino, no Mato Grosso, tem uma trajetória consolidada com características muito similares a estas cidades patrimônio e,  em breve, receberá diversos projetos que visam a valorizar sua história, seu ambiente natural, sua população.

Diamantino passou por todos os ciclos econômicos do seu estado e foi porta de entrada para a colonização da porção amazônica do território mato-grossense. Ouro e diamantes foram as principais motivações da bandeira paulista, que ocupou a Chapada dos Parecis, e que resultou na fundação da terceira cidade no Estado do Mato Grosso. Tem um patrimônio natural de inegável relevância para o meio ambiente: reúne características do cerrado (82%) e da vegetação amazônica (18%), além de abrigar duas aldeias indígenas.

O Planalto dos Parecis apresenta extensos campos cerrados que recobrem as abas dos chapadões, pontilhados de buritis.


A rota dos bandeirantes também permitiu despertar o interesse dos viajantes que estavam em busca das riquezas prometidas na Amazônia. Desde o século XVII, alguns viajantes organizaram expedições que resultaram na criação de fortes de defesa e na fundação de vilas na região.

Deve-se a esses viajantes as principais fontes e registros historiográficos. A cidade recebeu, ainda, importantes expedições:  a liderada pelo naturalista russo Langsdorff, entre 1825 e 1829 e, posteriormente, entre 1913 e 1914, a expedição Rondon–Roosevelt, que partiu de Cáceres com o objetivo de confirmar se o Rio da Dúvida seria afluente do Rio Amazonas. Houve também, em 1925, a passagem da Coluna Prestes pela região.

A vila criada às margens do Ribeirão do Ouro deu origem aos municípios de Aripuanã, Alta Floresta Barra dos Bugres, além de Cáceres e Alto Madeira, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum. Resgatar a história de Diamantino é, portanto, resgatar a história de todos esses municípios.

A preservação desse rico patrimônio envolve saberes que estão enraizados nos usos, costumes e estilos de vida da região. Trata-se de um patrimônio local, influenciado pelos recursos disponíveis e fatores climáticos.
A promoção das tradições e da identidade local permite o desenvolvimento de um ambiente urbano sustentável, que leva à formação e ao crescimento da cidade, à concentração dos serviços e à exploração do comércio. São diversas as festas religiosas populares que se desenvolvem na cidade.

A sociedade civil está empenhada em revitalizar essa cidade. Em breve, o Centro Histórico terá novos equipamentos, além de outros restaurados: a nova Casa dos Viajantes, que mostrará mapas e imagens registradas por esses visitantes; um espaço dedicado ao meio ambiente, com foco no Cerrado, um centro gastronômico dedicado à valorização da culinária local, uma biblioteca parque e um centro cultural.

Diamantino terá, a partir de 2026, um Centro Histórico para receber a população e novos viajantes!                                                                                                                                                                                             
Silvia Finguerut é Coordenadora do projeto de revitalização de Diamantino                        
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