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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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‘estante funda’

Fotógrafa cria clube de leitura com encontros presenciais em Cuiabá: ‘para sair um pouco da internet’

Foto: Reprodução

Fotógrafa cria clube de leitura com encontros presenciais em Cuiabá: ‘para sair um pouco da internet’
Motivada pela ideia de criar espaços presenciais de conexão entre pessoas e pela paixão que tem por ler, a fotógrafa Maria Reis, de 30 anos, criou o clube de leitura “Estante Funda”, onde um livro será escolhido mensalmente em votação do grupo. Neste mês, “Estou feliz que minha mãe morreu”, biografia da atriz estadunidense Jennette McCurdy, foi a obra escolhida e o encontro será realizado no Parque Mãe Bonifácia, em Cuiabá, no sábado (27).  


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Ao Olhar Conceito, Maria conta que começou a pensar sobre a necessidade de se desligar de ambientes virtuais, algo que se tornou ainda mais intenso após a pandemia da covid-19. Assim, pensou na possibilidade de ler em grupo e, depois, proporcionar uma roda de conversa para falar sobre aspectos da leitura. 

“Já tinha visto alguns clubes de leitura e vi que a maioria deles era online. Eu queria algo que fosse físico, principalmente depois da pandemia, estava sentindo essa necessidade de estabelecer lugares físicos, para que as pessoas se conheçam e se conectem de uma forma mais orgânica. Sair um pouco da internet, visto que estamos conectados o tempo todo, principalmente para o trabalho, então é pra ser um espaço de conexão, para se conectar de outras formas”. 

Os livros seguirão temas e, com as sugestões do grupo, Maria faz uma votação para escolher uma das indicações. A fotógrafa pretende colocar autores mato-grossenses no projeto, já que acredita ser uma oportunidade de expandir o conhecimento sobre a literatura local e para que os participantes conheçam novos autores. 

“É um tema do mês que pretendo colocar, já tenho alguns estabelecidos, mas quero discutir com o pessoal do grupo temas que eles acham interessantes para podermos explorar mês a mês. Mas quero colocar autores mato-grossenses para que a gente leia e incentive a leitura dos autores locais”. 

Apesar de não ter participado de outros clubes de leitura, Maria fez parte, recentemente, de um clube de escrita criativa. A experiência foi uma das motivações para que ela criasse um grupo para compartilhar um livro. 

“Foi uma experiência maravilhosa e super enriquecedora. Decidi partir para esse outro lado, já unindo essa afinidade que eu tinha com a literatura e com a escrita para unir pessoas que sei que também tem ou que já interagiram comigo de alguma forma, que guardavam esse desejo de poder se conectar e conversar sobre as obras”. 

 

Dar asas à imaginação 

A leitura é um hábito que Maria tem desde criança, uma das influências que teve da mãe, lembra a fotógrafa, que costumava ouvir discos de vinil com fábulas antigas. “É um momento que me recordo muito, é uma memória afetiva que guardo sempre, que me lembro. Então ali foi o primeiro contato que tive com histórias, ela também gostava de contar histórias, depois também tinha o VHS das histórias da Branca de Neve, por exemplo”. 

Quando se tornou adolescente, ela conta que continuou sendo incentivada pela mãe a manter o hábito da leitura. Como ela tinha muitos livros em casa, Maria cresceu gostando de ler vários tipos de gêneros literários e o momento de ler é definido por ela como “hora de conexão de intimidade comigo mesma”.

“Comecei de fato a mergulhar na leitura quando era adolescente, gostava muito de ter esse tempo de intimidade com os livros, incentivar a minha imaginação, então desde sempre foi algo interessante para mim: é dar asas à minha imaginação”. 

Com a leitura, Maria explica que desenvolveu também a criatividade e o interesse pelo universo artístico, algo que, para ela, tem ligação com a profissão que escolheu na vida adulta. 

“A fotografia me permitiu sair da minha zona de conforto e explorar novos cenários. Até hoje exploro, hoje estou mais para o lado do audiovisual e da escrita, que são coisas que me fisgaram no momento. Como gosto de desafios, sinto que explorei muito da fotografia, agora estou indo para o lado do audiovisual, roteiro, direção e escrita criativa, então já me vejo fazendo esse movimento. Mas tudo isso alicerçado nesse contexto da minha infância, da imaginação, das histórias, da conexão com o meio e com o que eu consumia.
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