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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

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‘o anel de eva’

Filme gravado em Cuiabá com Suzana Pires e Odilon Wagner estreia nos cinemas neste mês

Foto: Reprodução

Filme gravado em Cuiabá com Suzana Pires e Odilon Wagner estreia nos cinemas neste mês
Para gravar “O Anel de Eva”, dirigido pelo mato-grossense Duflair Barradas, que conta a história de uma mulher que recebe um anel nazista após a morte do pai, os atores Suzana Pires, que interpreta Eva Vogler, e Odilon Wagner, que dá vida à figura do alemão nazista Martin Hirsch, estiveram em Cuiabá e Cáceres, onde o filme foi gravado. O longa estreia nos cinemas em 13 de junho. 


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Durante coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (4), Suzana Pires, Odilon Wagner, Duflair e os roteiristas Eduardo Ribeiro e Pedro Reinato conversaram sobre o período de produção do filme. O filme começou a ser gravado há cinco anos e o diretor explicou que o período de pandemia da covid-19 foi um dos motivos do atraso de dois anos para chegar nos cinemas. 

“Lembrando que estamos em Mato Grosso, fazer cinema aqui não é fácil, depois de 30, 40 anos, sem produção de longa aqui, conseguimos financiamento para fazer esse filme. Ressaltar essa importância das políticas públicas para termos produção descentralizada, fora do eixo Rio-São Paulo”, ressaltou Duflair. 

Ao Olhar Conceito, Suzana explica que já tinha visitado Cuiabá para fazer dois eventos da palestra “Dona de Si”, que reuniram mais de 1,5 mil mulheres. “Já tinha ficado no hotel que fiquei, já conhecia o cheiro da cidade, como é a temperatura. Já não era um local estranho para mim. O que gostei é que fui me integrando com o elenco, você sai, conhece os lugares, então o tempo que tinha para gente conhecer socialmente, busquei no tempo livre”. 



Para a preparação do filme, ela focou em entender a realidade das mulheres mato-grossenses que vivem nas fazendas nos dias atuais. “Na época estava de cabelo curto também, claro que tenho uma imagem do cabelo que ficou muito marcada e isso foi um assunto, existe essa mulher de cabelo curto, ela está lá em Cuiabá. Elas vão cortar o cabelo, elas fazem as unhas. Então, chegar na cidade e me integrar a ela, foi importante para isso. E é óbvio como em cada canto do Brasil a cultura local é muito forte, já conhecia as questões femininas desse lugar e aí fui conhecer as questões da Eva”. 

Para Odilon, o processo foi diferente, apesar de já conhecer Cuiabá, ele conta que nunca tinha feito um trabalho na cidade e se surpreendeu ao encontrar um território de “cultura pujante”. 

“Foi uma descoberta para mim, tem gente fazendo cultura e lutando para se manter fazendo cultura, o que é muito difícil fora dos grandes eixos. Foi uma experiência maravilhosa, conheci gente maravilhosa e pretendo voltar a trabalhar com os bons amigos que fizemos lá”. 

Ainda no processo de preparação dos personagens, Suzana conta que fez questão de viajar antes da equipe para Cuiabá. Além de se ambientar com a cidade e com a identidade desenhada para Eva no roteiro, a atriz também buscou por aulas de equitação e tiro. 

“Tenho particularmente um medo gigante de cavalo, algo que o Dufflair riu muito. É um medo horrível, mas tive que fazer aula. Depois fui pegando mais confiança, quando fui para cena, já estava com esse medo menor. Com relação a arma, não é algo que faça parte do meu dia a dia, mas tive mais facilidade, então primeiro fui entender que técnica teria que ter para isso e depois colocar isso na personagem, que é uma mulher que lida com arma, cavalo e terra de um outro lugar, diferente do meu. Fui por esse caminho para entender, mas começou tudo na técnica e com muito medo, depois perdi o medo e já era Eva”. 

Odilon reforça que, além do processo de aprender a atirar, eles precisaram se preparar para lidar com armas da época da Segunda Guerra, já que o filme aborda o nazismo no Centro-Oeste brasileiro. 

“Tivemos que atirar com armas da época da Segunda Guerra, então primeiro você aprende a atirar e depois a atirar com armas específicas. Essa parte foi muito instigante, entrar em um período histórico que você não está acostumado”. 

Descentralizando o audiovisual 

Suzana conta que quando recebeu o convite para atuar em “O Anel de Eva”, o primeiro ponto importante foi poder descentralizar a produção audiovisual e, inclusive, as equipes com que já tinha costume de trabalhar no eixo Rio/São Paulo. 

“Para mim foi fundamental, continuo muito aberta a descentralizar sempre que possível. É muito difícil estar envolvida em um projeto que não seja Rio/São Paulo, perdemos um pouco esse olhar, com um país desse tamanho, com tanta história, só vamos contar 25% dessas histórias? O Centro-Oeste foi uma rota sim de saída dos nazistas no final da Segunda Guerra, mas quais histórias ficaram lá? Descentralizar é parar de contar só 25% das histórias do Brasil”. 

Já Odilon, antes de aceitar o convite, tinha decidido que não interpretaria mais nazistas. No entanto, se apaixonou pelo roteiro do filme e pela possibilidade de contar a história de uma célula nazista em Mato Grosso. 

“Quando as histórias são bem contadas, porque não é só fazer o nazista, é jogar essa história para dentro do Centro-Oeste, Cuiabá, Mato Grosso, uma célula nazista, é uma coisa maluca imaginar que isso é real. E não é absurdo a gente pensar que isso possa ter acontecido, porque isso surgiu por todos os lugares, tanto que o Mengele foi encontrado e morto aqui em São Paulo”. 

“Através da história de Eva, personagem da Suzana, vai contando como essa história poderia ter acontecido, portanto é uma história de gente, de pessoas. Então disse: tá bom, vou fazer mais um nazista, vamo lá. Fiquei encantado com um desenho do personagem, muito bem escrito, ele é um matuto, porque foi criado nesse ambiente, é um homem do campo, do cavalo, é que une os dois. Acho que esse roteiro é brilhante, fiquei absolutamente encantado”, continua. 

Duflair defende que o filme seja visto nos cinemas no primeiro final de semana de estreia. Para além de fortalecer o audiovisual nacional, o diretor também destaca a alta qualidade da produção. 

“Faço a defesa de ver o filme no cinema mesmo, foi um trabalho muito elaborado, a partir de fotografia levou mais de um ano. A experiência do cinema com a qualidade de imagem e som adequada, faz toda diferença. O público também tem que presenciar, é um filme que tem muita vida. Se pudesse falar algo para o público, falaria isso: vá ao cinema que a experiência vai ser muito melhor”.

O Anel de Eva 

No longa-metragem mato-grossense, protagonizado por Suzana Pires, Eva Vogler é surpreendida após a morte de seu pai, ao receber um anel nazista com a inscrição "Eva, 1945" acompanhado de um bilhete: “abra-o somente se achar necessário”. Todas as certezas de Eva são postas em xeque, quando a sua investigação a conduz para uma propriedade arruinada, a Fazenda do Alpendre, onde a figura do velho alemão Martin Hirsch (Odilon Wagner), traz respostas e perigo para a sua jornada.


 
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