O diretor português de cinema, Manoel de Oliveira, morreu aos 106 anos nesta quinta-feira (2) após uma parada cardíaca, segundo a produtora responsável pela realização de seus últimos trabalhos, conforme reportou as agências Efe e France Presse.
Considerado o cineasta mais longevo do mundo, o português dirigiu 60 filmes. Seu último trabalho “O Velho do Restelo”, de 2014.
Oliveira é considerado um dos autores mais universais de Portugal pela qualidade de sua obra, da qual fazem parte trabalhos como "Francisca" (1981), "A divina comédia" (1991), "Não, ou a vã glória de mandar" (1990) e "Um filme falado" (2003).
Seu legado, que preserva a memória do século 20, aborda desde a tradição bíblica até a filosofia de Nietzsche. Cineasta cultuado na Europa, começou sua carreira em 1931 com o curta "Douro, faina fluvial", um documentário mudo em preto e branco.
Com o passar dos anos, sua produção cinematográfica aumentou, e desde os anos 80 realizou praticamente um filme por ano. Em sua longa carreira, trabalhou com atores como John Malkovich, Catherine Deneuve e Alfredo Mastroianni.
O Leão de Ouro de Veneza de 1985 por "O sapato de cetim" e o prêmio do Júri de Cannes, em 1999, por "A carta", são alguns dos principais reconhecimentos que recebeu em sua extensa trajetória.