A emergência climática já é uma realidade e para fomentar a discussão, a Casa de Cultura Silva Freire discute a crise climática na série "Conversas ao Pé do Cajueiro". Realizado através do Núcleo de Ambiências do Pensamento, o próximo episódio acontece na quarta-feira (22), às 17h, com transmissão pelo Youtube.
Leia também
Café turco, chocolate quente e chás: veja opções para aproveitar o 'frio cuiabano'
Cada evento meteorológico extremo evidencia a crise que se manifesta de diversas formas, mas principalmente com o aumento da intensidade e frequência de episódios extremos, a exemplo das enchentes registradas no Rio Grande do Sul.
A série recebe Sônia Romancini, autora de "Cuiabá: Paisagens e Espaços de Memória", que inspirou o tema do novo episódio. Sônia é professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com experiência na área de Geografia Urbana e Geografia Cultural e Social, com abordagens nos seguintes temas: dinâmicas territoriais das cidades mato-grossenses, paisagens socioculturais. Também é membro do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.
O poema "Canto Murmúrio Para Minha Cidade" embala e inspira o encontro. "Não façam de Cuiabá outra paulicéia desvairada, sob a chuva, fuligem e enxurro!", diz trecho do poema que utiliza de elementos lúdicos para apontar de quem é o verdadeiro responsável pelas mazelas decorrentes da omissão no cuidado com a natureza e o patrimônio.
O impacto devastador é sentido em ecossistemas, economias e comunidades ao redor do mundo. Pensando nisso, a série tem debatido mensalmente as interferências da crise climática no âmbito cultural e a perda dos elementos que torna singular o modo de ser e habitar a cidade de Cuiabá.
Como diferencial a proposta é receber e ouvir artesãos, pescadores, redeiras, ceramistas e outros atores culturais que compõem as cuiabanias para compreendermos os impactos dos problemas ambientais em suas produções e modos de vida.
"O início do fim do mundo já começou", assegura a professora e filósofa Maurília Valderez do Amaral, citando as enchentes no Rio Grande do Sul. No comando da série, ela media o bate-papo entre os convidados a cada episódio apontando a urgência da discussão. "Outras catástrofes desse porte acontecerão, caso não sejam tomadas as medidas por parte de políticos e governantes; caso não sejam respeitadas as medidas ambientais que já existem. O que estamos vivendo – ou vamos começar a viver – é exatamente o fim do mundo", completa Valderez.
Por isso, olhar para o território que ocupamos é fundamental. "Mato Grosso é um dos estados que mais tem contribuído para a devastação ambiental e para este tipo de problema no Brasil. É importante pensar que não estamos protegidos de catástrofes. Aqui sofreremos com uma seca estrondosa este ano, como apontam as previsões".
Na série, os variados temas são discutidos à luz do pensamento crítico e da produção poética de Benedito Sant'Ana da Silva Freire. "Em sua produção literária e jornalística, Silva Freire apontava as mudanças que estavam acontecendo na cidade e, de certa forma, nos alertando para as consequências perigosas não só das perdas no âmbito cultural, mas também para condições de vida", cita Valderez.
A Casa Silva Freire
Ponto de Cultura e Ponto de Memória reconhecida pelo IBRAM, a Casa Silva Freire abriga o acervo literário do poeta Benedito Sant'Ana da Silva Freire e a produção do Movimento Intensivismo. Fundada em 8 de abril de 2010 é uma associação sem fins lucrativos, que possui a finalidade de preservar e difundir a obra do poeta por meio da promoção e incentivo à cultura, educação, literatura, arte e ciências em Mato Grosso.
SERVIÇO
O que: Conversas ao pé do cajueiro
Quando: 22/05
Onde: Youtube Casa Silva Freire -
https://www.youtube.com/@casasilvafreire
Horário: 17h
