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Terça-feira, 30 de abril de 2024

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cardiologista alerta

Cardiopatia de Virginia afeta uma a cada 800 pessoas e é mais comum em mulheres

Foto: Reprodução

Cardiopatia de Virginia afeta uma a cada 800 pessoas e é mais comum em mulheres
O cardiologista Juliano Slhessarenko alerta que, muitas vezes, casos de comunicação interatrial, quando os átrios direito e esquerdo do coração se conectam através de uma "abertura" na parede do coração, passam desapercebidos pelas pessoas e muitos vivem normalmente sem saber do diagnóstico que pode acarretar em insuficiência cardíaca. 

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"Afeta um em cada 800 nascidos, em média. Atingindo mais mulheres. É uma comunicação entre os átrios do coração que não deveria existir. Ela nasce com isso, no início não tem sintomas, evolui lentamente, ao longo do tempo a pessoa pode sentir cansaço, palpitação, arritmia cardíaca e sopro".

É o caso da primeira-dama Virginia Mendes, que descobriu o diagnóstico de comunicação interatrial apenas na fase adulta, durante um exame de rotina nessa terça-feira (7), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo (SP). Com a confirmação da cardiopatia congênita, Virginia precisará passar por um procedimento para correção. 

Ao Olhar Direto, Slhessarenko explica que, apesar da cardiopatia congênita permanecer "silenciosa", manifestando sintomas apenas na fase adulta, por exemplo, a má formação acontece ainda durante a gestação, na fase embrionária. Por conta disso, é de extrema importância a realização de check ups cardiológicos. 

"Pode ser detectado antes, mas o que acontece é que, as vezes, a pessoa não foi no cardiologista ou não foi feita um ultrassom do coração antes. Mas, com certeza o 'buraquinho' já estava lá. Pode ter manifestado sintomas só agora ou o médico viu só agora, mas já estava lá". 

Juliano atua como cardiologista intervencionista e tem experiência no procedimento de fechamento da abertura que une os átrios do coração. Ele explicou que a intervenção é simples e requer repouso de, geralmente, dois dias. Depois da recuperação, o paciente terá vida normal. 

"Feita uma intervenção, faz o fechamento desse orifício através de uma prótese. Bloqueando a passagem entre os atrios e a passagem de sangue para os dois lados do coração, evitando que eles se misturem. É como se fosse um cateterismo, feito com o paciente sedado. É relativamente simples hoje em dia, porque temos vários materiais que facilitam". 

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O cardiologista destaca a necessidade de check up, com ultrassom do coração, para mulheres que desejam engravidar ou qualquer pessoa que pretendem começar a praticar exercícios físicos. No primeiro caso, Slhessarenko explica que a gestação em mulheres com comunicação interatrial pode sobrecarregar ainda mais o coração. 

"Dependendo do tamanho da comunicação interatrial, quando a mulher engravida ocorre aumento do volume sanguíneo, pode sobrecarregar o coração. Vai sobrecarregar o que já está sobrecarregado. É quando a pessoa começa a sentir os sintomas: palpitação, falta de ar, arritmia maior. Todos também deveriam fazer check up cardiológico antes de frequentar academia, já ajudaria". 

Hoje com 42 anos, Juliano também recebeu diagnóstico de comunicação interatrial quando tinha 30. Ele precisou passar pelo procedimento de colocação da prótese para bloquear a passagem entre os átrios. O cardiologista reforça que, uma vez detecta a cardiopatia congênita, é necessário iniciar o tratamento. 

"Descobri adulto em um exame de rotina. Tive palpitação. Tem critérios para fechar, um deles são os sintomas. Não dá para ficar só acompanhando, descobrindo tem que tratar, em geral. Porque é como se fosse um buraco grande no coração, não dá para deixar muito tempo, ele vai sobrecarregar o coração". 

De acordo com Slhessarenko, a demora em tratar a comunicação interatrial pode acarretar em sequelas, como arritmia cardíaca, mesmo depois do procedimento de fechamento do orifício. Em alguns casos, pacientes morrem sem saber do diagnóstico. 

"O coração começa a sobrecarregar, pode evoluir para uma insuficiência cardíaca. Já tive caso de paciente que descobriu muito idosa, conseguimos fechar, mas as vezes ficam sequelas para o resto da vida, como a arritmia. Pode acontecer da pessoa morrer sem saber que foi por isso. Por isso a indicação de procurar o cardiologista". 
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