A técnica que consiste em alinhar presente e futuro da pele, prezando a originalidade das expressões faciais e um envelhecimento saudável, é chamada de naturalização facial, um dos principais pilares dos atendimentos feitos pela dermatologista e expert em beleza natural, Elaine Togoe, que atende na Clínica Luvittê, no bairro Quilombo, em Cuiabá.
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De acordo com Elaine, dados da Revista Allure (EUA) apontam que houve aumento de 57% na procura pela retirada do excesso de preenchimentos faciais nas clínicas norte-americanas. A dermatologista ressalta que alguns dos produtos usados só podem ser retirados cirurgicamente.
“Existem produtos que são eternos, que não têm uma substância diluidora. O ácido hialurônico já tem, mas existem esses que não e surge a dificuldade de retirar. Dependendo do produto, precisa ser retirado cirurgicamente. O ácido hialurônico, o corpo absorve, hoje tem estudos que comprovam que em até três anos pode ser encontrado preenchimento no organismo”.
Elaine explica que nos casos de pacientes que chegam ao consultório procurando pela aplicação desnecessária de preenchimentos, o diálogo e a honestidade médica são dois dos principais aliados.
“Converso, faço só um pouco, peço para a pessoa ir para casa se olhar, se analisar. Quando ela volta, conversamos sobre outros tratamentos e a pessoa vai se convencendo. Falta muito do profissional ter essa sensibilidade estética e honestidade também. Muitos profissionais aplicam de forma padrão, sem olhar para a fisionomia da pessoa, que às vezes até perde a própria identidade”
Com o boom da harmonização facial, divulgada de forma massificada em redes sociais como o Instagram, onde existem filtros que simulam o efeito do “rosto perfeito”, muitas pessoas aplicaram preenchedores de forma exagerada.
Rostos ovais que ficaram quadrados, lábios grandes e bochechas marcadas são algumas características do “Instagram face”. Elaine reforça que a forma de aplicar os preenchedores ganhou um “padrão”, fazendo com que os rostos ficassem todos muito semelhantes.
"A beleza brasileira é diversificada, tem pessoas que tem rosto oval, quadrado ou mais redondo, mas todos tem a sua beleza. O ponto deveria ser manter e evidenciar a beleza daquela pessoa de forma individual. Quando colocamos excesso de preenchimento em uma pessoa que não tem biotipo para ter bochechas grandes, muda a fisionomia da pessoa. Muitas vezes ela se olha no espelho e não se reconhece”.
Para Elaine, o excesso de uso das redes sociais se reflete no comportamento das pessoas, que buscam se tornar semelhantes aos conteúdos que bombardeiam os usuários do Instagram, por exemplo. Ela explica que primeiro, é necessário cuidar da saúde da pele. Depois, as possíveis intervenções necessárias serão avaliadas.
“Cuidamos primeiro do que o corpo da paciente ainda consegue produzir, da bioestimulação que o corpo dela é capaz, da consistência e da textura da pele. Primeiro as coisas que naturalmente o corpo dela vai conseguir melhorar. Depois disso, se precisar de preenchimento em alguns pontos, tudo bem. Uso muito pouco em pontos específicos”.
A dermatologista, no entanto, pondera que os preenchedores como o ácido hialurônico não são vilões ou prejudiciais à saúde. Um dos exemplos dos modismos do mundo das intervenções estéticas citados por Elaine é a bichectomia, que atualmente não é mais indicada.
De acordo com ela, a retirada das bolas de Bichat, para efeito de rosto “afinado”, pode prejudicar a sustentação facial. Há relatos de pacientes com problemas psicológicos e que sentem que perderam a própria identidade após o procedimento.
“A tendência já é irmos perdendo gordura nessa região, uma hora isso vai afinar. Então mantém, não tira. Muitas vezes a pessoa quer um efeito bichectomia, eu faço três pontinhos de preenchedor e já fica marcado. Quando faço esse ponto de sustentação, já dá uma arqueada. Temos alternativas para dar esse efeito sem precisar da bichectomia. Foi uma moda e pararam”.
