Por suas pesquisas nos campos da escrivivência, negritude e teatralidades decoloniais em afroperspectivas, a atriz e produtora cultural de Primavera do Leste, Edilene Rodriguez foi uma das premiadas pelo Pretas Potências, na categoria Artes da Cena. A primeira edição do evento foi realizada no Museu das Favelas, no Centro de São Paulo (SP).
Leia também
Cuiabano que deixou serviço público para investir no mundo do café, é único do Brasil em campeonato mundial
Ela foi uma das 150 pessoas reconhecidas por sua atuação na área artística, entre mais de 2 mil inscritos. Além da categoria Artes da Cena, na qual foi consagrada, o prêmio foi distribuído a outras personalidades brasileiras nas categorias Música, Cultura Geek, Artes Visuais, Literatura e Patrimônio Imaterial.
O Pretas Potências reconheceu profissionais das artes que impulsionam a economia criativa em todas as regiões do país. “Me honra demais estar entre essas pessoas tão importantes aos seus territórios, pois essa é uma premiação que celebra a cultura e a força das comunidades pretas”, destaca Edilene Rodriguez.
Em sua fala, ao anunciar a premiação, a diretora executiva do Preta Hub, Adriana Barbosa explicou o processo de curadoria e celebrou os premiados. “Nesta edição foram investidos 1 milhão para reconhecer histórias, artistas, fazedores de cultura e profissionais do campo da Economia Criativa, foi uma escolha difícil e muito afetiva, então parabéns aos selecionados aqui presentes, vocês são potências”.
A pesquisa
Edilene ficou surpresa com a projeção de seus estudos, que lhe proporcionaram representar Mato Grosso no prêmio. Sua pesquisa teve início em 2014, com a montagem cênica do espetáculo "Ari Areia: um grãozinho apaixonad"o. E então, deu a tônica ao processo da graduação e mestrado em teatro, defendido em 2021 na Udesc, em Santa Catarina, com o título "Espaço do Brincar: experimentos teatrais com crianças em Primavera do Leste".
Atualmente no doutorado em Estudos de Culturas Contemporâneas da UFMT, Edilene está reelaborando a pesquisa dentro dos processos citados, “escrivivências, negritude e teatralidades decoloniais em afroperspectivas no espaço do brincar”.
Essa nova ótica da pesquisa, que começou a pouco mais de um ano, já tem ganhado espaço no universo acadêmico e teatral. Edilene participou este ano de dois congressos importantes, em junho do Congresso Todas as Artes em Portugal (de modo online) e em setembro de maneira presencial, foi falar da pesquisa e do teatro que é desenvolvido em Primavera do Leste (MT), em Buenos Aires – Argentina no VI Fórum Internacional de Investigadores e críticos das artes da cena para a infância e juventude, organizado pela Atina – Assistej Internacional, que contou com pesquisadores da Espanha, México, Canadá, Brasil, Colômbia, Suécia, Alemanha e da Argentina.
O congresso foi realizado em inglês e espanhol e a atriz e professora de teatro apresentou a sua pesquisa nos dois idiomas, representando Primavera do Leste e a região Centro-Oeste do Brasil no fórum.
