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Com demissões e queda no movimento, restaurantes reabrem com esperança na retomada da economia

09 Jun 2020 - 17:08

Da Redação - Fabiana Mendes / Da Reportagem local - Rogério Florentino

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Djalma Barros sentiu forte queda na movimentação

Djalma Barros sentiu forte queda na movimentação

Restaurantes do Centro de Cuiabá reabriram as portas nesta segunda-feira (8), seguindo o decreto municipal de retomada as atividades econômicas, depois de cerca de três meses. Os empreendedores contam que fizeram algumas adaptações no momento de crise, mas agora estão com boas expectativas. 


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Djalma Barros, 39 anos, sentiu a queda de 95% na movimentação. "Tivemos que demitir todos [funcionários]", explicou. "Não está tendo giro, o desemprego aumentou, está difícil, estamos lutando", conta. 

O empresário também relata suas expectativas com a retomada das atividades. "Eu creio que mude, tem que mudar, senão pode virar uma Venezuala", afirmou Djalma, que considera importante que pessoas deixem o lado político neste momento de pandemia. 

"Na minha opinião, temos que deixar de lado político, interesses pessoais e ser mais conscientes. Para mim, não tem problema reabrir o comércio, desde que cada um tenha a consciência de se cuidar, porque não adianta a pessoa não se preservar e culpar o presidente da República", cita. 


Patrícia Érika Carvalho conta que ficou assustada e foi obrigada a se reinventar na pandemia.

Casada e mãe de dois filhos, Patrícia Érika Carvalho, 41 anos, relata o impacto que teve com o fechamento do seu estabelecimento. "No começo a gente ficou assustado, não esperamos, foi de uma hora para a outra. Tivemos que nos reinventar, correr atrás de marmitas, porque meu faturamento era quase 100% presencial", conta ela, que recorreu às redes sociais para tentar vender. 

"Foi um choque, tive que suspender, dei férias para uma cozinheira, depois suspendi o contrato dela por 60 dias. Foi assustador, mas a gente conseguiu manter as despesas, os funcionários, o comércio em pé, sem ter que fechar definitivamente as portas", acrescenta ela, que teve queda de 50% nas vendas. 

Patrícia diz ter boas expectativas com a reabertura. "Estou tendo saldo positivo. Pra mim, neste momento está bom, os clientes antigos estão voltando, adquiri outros que foram das entregas", diz. 

"Já passamos esse período isolado, desde março, tivemos casos de coronavírus, mas agora temos que manter essa abertura vertical, porque não tem mais o que fazer. Ou a gente morre de fome ou de corona. Acho que é o momento de reabertura, de movimentar", afirma. 


Pedro Pereira relata queda nos lucros.

Dono de um restaurante há dois anos e meio, Pedro Pereira, 33 anos, sofreu com a perda de aproximadamente 70% do lucro. Ele possuía convênio de alimentação com várias empresas da região, mas muitas fecharam suas portas. Para sobreviver ao momento de crise, ele precisou se adaptar. 

"Os funcionários a gente conseguiu fazer um contrato pelo Governo, também conseguimos dar férias de 15 dias, trabalhamos no delivery, aos poucos com entregas, fomos pagando algumas coisas, mas outras estão em aberto. Três alugueis ficaram em aberto", lamenta ele, que tenta negociar com o locador. 

Decreto 

Os bares, restaurantes e similiares - inclusive os dos shoppings - foram autorizados a retomar suas atividades a partir do dia 8 de junho. No almoço, o funcionamento será das 11h às 15h e no jantar, das 18h30 às 23h. As empresas poderão abrir de terça a domingo. O sistema delivery segue normalmente.

Conforme o prefeito Emanuel Pinheiro, os bares, restaurantes e similares poderão funcionar com apenas 50% de sua capacidade. Além disto, as medidas de distanciamento e biossegurança terão de ser respeitadas.

Emanuel Pinheiro destacou que a situação pode ser modificada e o fechamento necessário, se a doença se descontrolar. “Não é um pacto eterno, pretendo que seja, mas depende do comportamento da evolução do Covid-19. Se continuar sob controle, sem que haja colapso no sistema de Saúde, não tem problema. Isso pode ser mudado a qualquer momento”.

Casos 

A Capital tem 1285  confirmados de residentes no município e 349 de não residentes, mas que estão sendo atendidos na capital. Destes, 284 já estão recuperados da doença e houve 30 óbitos de residentes e 24 de não residentes. 

Na rede hospitalar há 123 pacientes confirmados com Covid-19 internados, sendo 72 na UTI e 51 em enfermaria. Também estão internados 160 pacientes com suspeita da doença, sendo 58 na UTI e 102 em enfermaria. Os dados foram divulgados na segunda-feira pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). 
 
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