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Quarta-feira, 03 de julho de 2024

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combate ao suicídio

CVV Cuiabá completa 30 anos oferecendo apoio emocional gratuito; veja trajetória

Foto: Reprodução

CVV Cuiabá completa 30 anos oferecendo apoio emocional gratuito; veja trajetória
O Centro de Valorização da Vida (CVV) de Cuiabá completou 30 anos de existência oferecendo apoio emocional gratuito. Tudo começou em 1991 quando a ideia foi abraçada por voluntários da Associação Espírita Paulo de Tarso. Uma das fundadoras lembra a trajetória e cita a importância de ficar atenta aos sinais da pessoa que pensa em cometer suicídio. 


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De acordo com Ana Rosa, uma das fundadoras, o representante do CVV Nacional, Valentim Lorenzetti, fez uma palestra na capital em 1991 e uma lista de interessados se formou para a fundação da unidade. O Programa de Seleção de Voluntários aconteceu na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). 
 
"Só tínhamos uma apostila mimeografada com quatro temas e tinha acabado de ser lançado o livro Proposta de Vida. A equipe de Goiânia nos treinava de manhã e à noite. A gente repassava esse conhecimento a tarde para os novos voluntários. De 300 candidatos, 60 concluíram e se tornaram voluntários", explica Ana Rosa.
 
Diante disso, começou uma corrida para encontrar um imóvel e telefone para atendimento, que à época era caro.  Ana Rosa passava pela rua Barão de Melgaço quando viu um imóvel. "Busquei informações e soube que o imóvel era de um médico conhecido. Conversei com ele, falei do projeto e ele de pronto deu a chave. Começamos ali a limpeza e a reforma do local. Quanto ao telefone, uma voluntária conseguiu para a gente."
 
A sede própria foi comprada a partir de uma doação generosa de R$ 50 mil. A casa escolhida funciona como sede até hoje que fica na rua Comandante Costa, 296 no Centro de Cuiabá. Como o imóvel era R$ 60 mil, foram realizadas várias ações de venda de pizzas para angariar recursos para completar o valor total.
 
"É um trabalho voluntário, mas para fazer parte é preciso seguir à risca as regras. Me lembro que minha maior dificuldade no início foi excluir um voluntário que era muito amigo meu. Doeu muito, mas foi preciso, o trabalho exige dedicação e se o voluntário não tem disponibilidade ou se descumpre as regras não tem como continuar", lembrou.
 
"Nesses 30 anos foram muitos desafios e com muito orgulho posso dizer que vencemos todas as dificuldades. Muitas pessoas ao longo dessas três décadas fizeram questão de ajudar e nunca quiseram aparecer. Já outras pessoas só queriam ajudar se tivessem algum tipo de vantagem o que, claro, não aceitamos", se orgulha Ana Rosa.
 
Para pagar básicas como água, luz e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), existe a Fraternidade de Apoio a Vida (FAV) que é a mantenedora. Os voluntários ajudam com contribuições mensais e além disso, o CVV realiza eventos como o tradicional almoço conhecido como ‘Bifão’. Com a pandemia, o evento foi suspenso e os voluntários passaram a vender pizzas para ajudar. 
 
O suicídio 

Segundo o CVV, vários fatores podem levar alguém ao suicídio. Normalmente, não é um motivo único, e sim um conjunto de situações. Além disso, a pessoa tem necessidade de aliviar pressões como:  cobranças sociais, culpa, remorso, depressão, ansiedade, medo, fracasso, humilhação, entre outras.
 
Sinais
  • A pessoa que sempre foi alegre passa a ficar frequentemente triste, sem vontade de fazer atividades, está sempre desanimada e sem vontade de viver;
  • A pessoa não se cuida. Está sempre desleixada, não corta/arruma o cabelo, barba, usa roupa suja, velha, rasgada;
  • Tem atitude que demonstra não se importar com a vida. Exemplo: dirige perigosamente;
  • Pode ser também que a pessoa esteja pensando em cometer suicídio e organiza contas, testamento, passa tempo escrevendo cartas;
  • "Vou me matar". A pessoa menciona que está pensando em cometer suicídio e muitas vezes esse comportamento é visto como forma de chamar a atenção.  

O que fazer se observar algum desses sinais?
 
Conversar, ouvir sem julgar os pensamentos. Buscar ajuda profissional. Orientar sobre o CVV que funciona 24 horas e oferece apoio emocional.
 
Quem está por perto pode ajudar? Como?
 
Sim, pode. É preciso perder o medo de se aproximar das pessoas e oferecer ajuda. A pessoa que está em uma crise suicida se percebe sozinha e isolada. Se um amigo se aproximar e perguntar "tem algo que eu possa fazer para te ajudar?", a pessoa pode sentir abertura para desabafar. Nessa hora, ter alguém para conversar pode fazer toda a diferença. E qualquer um pode ser esse "ombro amigo", que escuta sem fazer críticas ou dar conselhos. Quem decide ajudar não deve se preocupar com o que vai falar. O importante é estar preparado para ouvir respeitando o momento e a forma de pensar desta pessoa
 
Outros trabalhos realizados pelo CVV:
CVV GASS
- Grupo de Apoio aos Sobreviventes do Suicídio - destinado a pessoas próximas de alguém que cometeu o suicídio e àquelas que tentaram o suicídio;
CRC - Caminho de Renovação Contínua - para reflexão e troca de experiências;
Cine SER CVV - exibição de filmes acompanhado de reflexões numa roda de conversa; 
Curso Caminho de Valorização da Vida - no qual se busca o autoconhecimento por meio do compartilhamento de vivências do dia-a-dia, com dez encontros de duas horas cada;
Seminário Saber Escutar é uma Arte - voltado para a sociedade.  
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