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Quarta-feira, 03 de julho de 2024

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ATENDE NA ZONA RURAL

Médica de Cuiabá que perdeu pai e avô para Covid-19 conta como é estar na linha de frente em entrevista para Drauzio Varella

Foto: Reprodução

Médica de Cuiabá que perdeu pai e avô para Covid-19 conta como é estar na linha de frente em entrevista para Drauzio Varella
A médica de família e comunidade Maria Elisa Duarte Nadaf, que atende a população rural em Cuiabá, foi entrevistada pelo também médico, Drauzio Varella, nesta quinta-feira (8), para contar um pouco de como é atuar na linha de frente da pandemia e perder o próprio pai e avô para Covid-19.


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O pai dela, o médico Moysés Nadaf, de 65 anos, trabalhou no Hospital Geral Universitário (HGU) por mais de 40 anos. Os filhos pediram para ele se afastar por ser do grupo do risco, mas ele quis exercer a medicina. O avô, Pedro Moysés Nadaf, 94 anos, morreu dias antes do filho dele.

“Infelizmente há onze meses, em julho, no pico da primeira onda da pandemia, meu avô teve uma intercorrência cardíaca e precisou fazer um implante de marcapasso com urgência. Mas poucas semanas depois ele começou a apresentar sintomas gripais e logo em seguida, uma semana posterior, meu pai também começou a apresentar sintomas. Foi uma época desesperadora. Com dois entes queridos infectados e ao mesmo tempo, eu tinha que lidar como médica e como familiar. Então, precisava ter um lado muito racional de saber que parte da conduta em si estava dentro do que a gente tinha naquele período para tratamento de Covid. Eu falo que a gente estava aprendendo a trocar o pneu do carro com o carro andando. Era uma fase inicial da pandemia. Pior período da minha vida, dias de muita luta e sofrimento”, lamentou.

Neste período, ela acompanhou de perto o tratamento de ambos e chegou a emagrecer oito quilos, pois tinha dificuldades para dormir e se alimentar. Por outro lado, ela afirma que a ocupação lhe fez bem e disse se sentir grata por seu trabalho. 

A médica, que faz parte do Programa Amor – Assistência Médica e Odontológica Rural, também falou um pouco da experiência de trabalhar no atendimento rural com a chegada da pandemia.

“Atendemos em escolas, igrejas, galpões. Aonde a gente consegue criar o mínimo de estrutura a gente leva o atendimento de saúde. A pandemia nos trouxe dificuldades relacionadas a essa questão de tentarmos oferecer atendimento sempre. São pessoas que moram em sitio que não se relacionam frequentemente com outras pessoas igual as pessoas do centro da cidade. Então o atendimento era um momento de confraternização, era quase um evento na comunidade em que os vizinhos trocavam experiências, conversavam. A partir da pandemia, teve uma quebra na relação médico-paciente. Eu precisava trazer essa limitação até trazer a conscientização que eles precisavam se cuidar”, conta.

Confira a entrevista completa: 
 
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