O defensor público Air Praeiro, avô da menina I.P.P.A de oito anos, afirmou que cumprirá a decisão judicial e devolverá a criança à mãe, a enfermeira Marina Pedroso Ardevino, que conseguiu na justiça a guarda unilateral da criança. Em breve conversa com
Olhar Direto, Praeiro também negou que houve tentativa de fuga e disse que prima pelo equilíbrio emocional da neta.
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“Não posso comentar pelo segredo de justiça. Mas respeito a ordem judicial, vai ser cumprida na sua integridade e só estamos definindo isso. Acredito na postura do Poder Judiciário e dentro do que determinou a magistrada ou desembargadora, será cumprido. Estou buscando o melhor equilíbrio para ela, buscando sustentabilidade da saúde emocional da menina, isso que é importante”, disse.
Air Praiero foi abordado neste domingo (7), em Coxim (MS), quando retornava para Cuiabá com a menina, que está há mais de 100 dias longe da mãe. O defensor público, que obtinha a guarda provisória da neta, afirmou que até então não sabia da decisão judicial a favor da mãe. Marina conseguiu a guarda unilateral.
“Não houve fuga, tanto que o próprio superintende da PRF veio a público falar. Eu estava com a criança para cumprir a determinação, fui buscá-la para cumprir a determinação. Tínhamos uma audiência para hoje (8) e vinha realizá-la. Tomei conhecimento naquela oportunidade, me causou espanto, mas de qualquer forma, partindo uma ordem emanada pelo Poder Judiciário, eu cumpro, sem problema nenhum”, acrescentou o ex-secretário de Habitação de Cuiabá.
O superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso Francisco Élcio Lima Lucena afirmou também que não há o que se falar em “fuga”. “Tem um prazo de 48h, sendo assim, o próprio oficial entendeu que era necessária apenas a notificação”, explicou ao Olhar Direto.
Na madrugada desta segunda-feira (8), a advogada da mãe da menina havia informado, via assessoria de imprensa, que o avô paterno havia fugido com a criança.
A Polícia Rodoviária Federal de Mato Grosso do Sul afirmou que escoltou o carro do avô até a divisa de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul normalmente. Ao chegar em Cuiabá, então, a PRF de Mato Grosso cumpriu o pedido do Ministério Público.
“Recebemos pedido do MP para cumprir. O avô tinha 48h para cumprir a decisão judicial, em razão de estar dentro deste prazo, a criança veio conduzida até Cuiabá, foi entregue ao oficial de justiça, que fez a notificação. Está lastreado na decisão judicial, entendeu-se que ele estava dentro do prazo. A PRF só cumpriu o apoio solicitado pelo MP, em razão da decisão”, explicou.
“Foi tudo conforme a solicitação e os preceitos. A intenção da PRF era, tão somente, de resguardar a criança, justamente para não houvesse qualquer tipo de exposição”, completou o superintende.
Defesa da mãe diz que prazo terminou
A defesa da mãe, patrocinada pela advogada Ana Lúcia Ricarte, afirma que o prazo de 48 horas para cumprimento da decisão terminou na manhã de hoje. No entanto, há divergências do entendimento entre as partes.
Uma audiência designada pela 5ª Vara de Família de Cuiabá deveria acontecer hoje, mas posteriormente o juiz declinou a competência. A agenda da atual magistrada que cuida do caso está cheia e sessão não vai ser realizada hoje.
Enquanto isso, a família da menina e representantes da Ordem dos Advogados de Mato Grosso (OAB) estão de campana esperando uma decisão por parte da juíza.
“113 dias. É o que eu consigo dizer hoje. 113 dias. Muito obrigada por todo o apoio da imprensa”, declara Marina.
