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ALIADOS, SIM, PORÉM

Enquanto Taques tentava aproximação, Dilma não escondeu de ninguém que Blairo é seu ‘queridinho’

13 Fev 2014 - 15:47

Do Enviado Especial a Lucas do Rio Verde - Ronaldo Pacheco

Foto: Ednilson Aguiar/Secom-MT

Dilma Rousseff fez sempre questão de se manter próxima a Blairo Maggi, durante sua rápida passagem por Mato Grosso, na última terça-feira, dia 11

Dilma Rousseff fez sempre questão de se manter próxima a Blairo Maggi, durante sua rápida passagem por Mato Grosso, na última terça-feira, dia 11

Independente de ter cancelado a entrevista coletiva que deveria conceder em Lucas do Rio Verde para elogiar o agronegócio de Mato grosso e, por extensão, sua contribuição ao superávit da balança comercial, a presidenta Dilma Rousseff (PR) sinalizou com gestos, nas poucas horas em Mato Grosso. E um dos sinais mais fortes foi o carinho com o qual trata o senador Blairo Maggi (PR), aliado histórico, e a distância prudente do também senador José Pedro Taques (PDT).


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Maggi é considerado aliado de primeira hora e, em 2006 e 2010, contribuiu decisivamente para as contribuições do agronegócio nas campanhas à reeleição do presidente Lula e a primeira vitória de Dilma Rousseff. A reportagem do Olhar Direto esteve no evento de Lucas do Rio Verde com equipes da Sucursal de Sinop e da Editoria de Política, de Cuiabá.

Além dos afagos próximos, a diferença de tratamento ficou evidenciada no discurso de Dilma. Ela derramou elogios a Maggi e apenas citou Taques ‘an-passant’, na hora dos cumprimentos iniciais – praxe em todos os discursos. Ela apontou Blairo Maggi como principal líder do segmento, quando abordou questões inerentes à modernidade tecnológica na agricultura, e em programas desenvolvidos no Estado – muitos deles iniciados quando era governador – 2002/2010.

Dilma pontuou algumas obras executadas por Maggi, em parceria com o governo Lula e que tiveram sequência com Silval. E ela elogiou Blairo mesmo consciente de que o PT tem se articulado internamente na busca de candidatura própria – o ex-vereador Lúdio Cabral (PT) é o nome mais lembrado e até tirou fotos com Dilma, mas a Executiva Estadual ainda aguarda o juiz federal Julier Sebastião da Silva, titular da 1ª Vara do Fórum J. J. Moreira Rabello.

Contudo, se Blairo atender aos apelos de Dilma e for candidato a governador outra vez, o comando petista nem discute e deve apoiá-lo.

Blairo Maggi jura por tudo quanto é sagrado que não é candidato a nada e que deseja concluir seu mandato, no Senado, para deixar a vida pública. Todavia, ele tenta emplacar o primeiro suplente de senador José Aparecido Cidinho Santos (PR) como pré-candidato a governador pela base aliada.

Por outro lado, Pedro Taques aparece como opositor, em todas as listas do PT e da Casa Civil da Presidência da República. Em Lucas do Rio Verde, Taques tentou ficar próximo da presidenta, mas recebeu tratamento institucional – inerente ao cargo que lhe é investido. Já Maggi ficou o tempo todo ao lado de Dilma, a pedido dela, segundo testemunhas da comitiva oficial. “Ficou claro que ele era o ‘queridinho’ da presidenta”, revelou um parlamentar que ficou o tempo todo ao lado de Dilma, tanto na chegada em Sinop quanto em Lucas do Rio Verde.

Pedro Taques é PDT e oficialmente está na base de sustentação do governo federal, inclusive com o comando do Ministério do Trabalho, um dos mais importantes da República. Todavia, historicamente senador mato-grossense foi ácido em suas críticas ao governo Dilma, na tribuna do Senado e na chamada grande imprensa nacional.

Por seu turno, Blairo foi paparicado por Dilma e por líderes petistas, como o presidente da Executiva Estadual, Willian Sampaio; o ex-vereador Ludio Cabral e os deputados estaduais Alexandre Luís César e Ademir Brunetto, presentes à solenidade. Eles não conversaram com Dilma sobre eleições.

Reunião com Dilma


A reportagem do Olhar Direto apurou que até meados de março deve acontecer uma reunião a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com Blairo Maggi e o presidente do PR, deputado federal Wellington Fagundes. Lula e Dilma estão dispostos à exercer a ‘pressão final’ sobre Maggi, para que entre na disputa ao governo de Mato Grosso. A pressão em cima de Blairo vem de todos os lados, tendo em vista que os partidos que compõem a base governista desejam que seja candidato à sucessão do governador Silval Barbosa (PMDB).

Lula e Dilma já sinalizaram várias vezes que contam com Blairo. Sem Maggi, Pedro Taques dispara nas pesquisas de intenção de voto sobre tendência do eleitorado para o Palácio Paiaguás. Caso haja a insistência do ‘não’ de Maggi, o processo ficaria aberto para outros nomes da base aliada, inclusive os já colocados: Chico Daltro (PSD), Ludio Cabral (PT) e Cidinho Santos (PR), substituto do ex-prefeito Maurício Tonhá, o ‘Mauríção da Água Boa’. Conhecido como o ‘Rei do Gado’, por realizar o maior leilão de gado do mundo, o Megaleilão da Estância Bahia, Maurício Tonhá passou a ser cotado como candidato à Câmara dos Deputados.
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