Líder da minoria (oposição) na Câmara dos Deputados, o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT) afirmou nesta quarta-feira (8) que o governo de Mato Grosso “é inerte” em relação a questões que envolvem índios e produtores rurais. Segundo ele, não havia nenhum representante da administração estadual em audiência pública realizada hoje na Câmara para discutir sobre processos de demarcação de terras indígenas. A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) participou do evento.

“Há 70 áreas em processo de demarcação no estado. O governo de Mato Grosso é um governo preocupado com eleição e não com gestão”, criticou Leitão. Ele defende, como medida paliativa, a suspensão dos processos em andamento e das demarcações homologadas nos últimos anos.

“O governo federal reconhece que a Funai (Fundação Nacional do Índio) virou um órgão com inúmeros erros, equívocos e ilegalidades e que todas as demarcações têm vícios. A ministra (Hoffmann) enrolou porque não tem autonomia para dar uma resposta firme. Ela está comprometida com as organizações não governamentais, com a questão ideológica”, criticou Leitão, que vai presidir a subcomissão especial de demarcações de áreas indígenas, prestes a ser instalada na Casa.

Conforme informado recentemente com exclusividade pelo Olhar Direto, a presidente da República Dilma Rousseff homologou a demarcação administrativa da terra indígena Kayabi, localizada em Apiacás (Mato Grosso) e em Jacareacanga (Pará). O decreto foi publicado no “Diário Oficial da União” em abril.

“No caso da Kayabi, eu tentei contato, diversas vezes, com o governo federal para que fosse montado um grupo para discutir sobre a situação dessa área e não obtive resposta”, observou Leitão. Segundo ele, o requerimento para instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a atuação da Funai seria protocolado ainda hoje na Câmara, pois já tem o número de assinaturas necessárias.