Conselheiros de tribunais de contas devem ter “idoneidade moral e reputação ilibada”, segundo as constituições estaduais. Mas o histórico de parte dos homens responsáveis por zelar pelo dinheiro público nas 27 unidades da federação permite concluir que a exigência nem sempre é cumprida ao pé da letra, conforme lembrado pelo "O Globo" neste final de semana. Levantamento realizado pelo jornal aponta que pelo menos 29 (15%) dos 189 conselheiros desses órgãos em todo o país são alvos de ações ou inquéritos penais no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou carregam no currículo condenações por improbidade administrativa. E, claro, a reportagem citou o caso do mato-grossense Humberto Bosaipo (ex-deputado estadual e conselheiro afastado do TCE-MT): mesmo após os desdobramentos da operação "Arca de Noé", ele foi aprovado pela Assembleia Legislativa para assumir a vaga de conselheiro. Posteriormente, o STJ ordenou o afastamento dele do cargo, mas a reportagem destaca que Bosaipo continua recebendo o salário de R$ 24.117 e tendo direito a foro privilegiado. Ele é acusado pelo Ministéiro Público de participação em esquema de desvios de dinheiro da Assembleia, mas sempre negou irregularidades.