Dez entre 10 pessoas ouvidas nos bastidores da política de Mato Grosso em Brasília apostam que, por mais que negue qualquer possibilidade, não restará outra saída ao senador Blairo Maggi (PR) senão tornar-se candidato ao governo do Estado em 2014 e, muito provavelmente, protagonizar um embate histórico com o senador Pedro Taques (PDT).

A candidatura ou não de Blairo Maggi é assunto presente em quase todas as conversas de plenário, gabinete ou cafezinho. Não há uma pessoa sequer que veja Blairo Maggi fora da disputa eleitoral ou que acredite nas declarações do senador sobre seu cansaço em relação aos compromissos com a governança.

“Uma negativa dita tantas vezes acaba se tornando verdade. Da mesma forma como uma verdade muito repetida se torna uma mentira. O certo é que uma possível confirmação de sua candidatura tem potencial para virar de cabeça pra baixo o quadro eleitoral em Mato Grosso”, observa uma fonte.

Leia mais:
“Não sou candidato, quero tranquilidade e ser governo é muito problemático", afirma Blairo Maggi
Candidatura de ministro a governo reabre portas do Ministério do Desenvolvimento a Maggi

“Quem tem o dinheiro e a representatividade que ele tem no agronegócio? É um nome conhecido, que deixou uma marca muito forte no seu governo. Pode bancar um arco de alianças praticamente imbatível de um dia para o outro”, ressalta o interlocutor.

Outros personagens ouvidos pelo Olhar Direto afirmam que, embora queira assumir um ministério, dificilmente o atual senador não seria alvo de denúncias em nível nacional se aceitasse um convite de Dilma Rousseff por conta do escândalo dos maquinários de 2010.

“Assim que assumisse certamente cairiam denúncias na Procuradoria Geral da República contra ele por conta dos maquinários, que até agora ficou mal explicado. Por enquanto, este assunto não chegou às páginas nacionais, mas basta ele virar ministro para o escândalo ganhar outra dimensão. Em nível nacional, ele teria telhado de vidro”, avalia.

Desde que assumiu o mandato no Senado Maggi tem sido cogitado para assumir um ministério na esplanada. Já foi cotado para ingressar no Ministério da Agricultura, mas o PR acabou preterido pela turma do PMDB, que emplacou o deputado mineiro Antônio Andrade.

Outra pasta que esteve próxima de Blairo Maggi foi a dos Transportes, já comandada pelo PR e que passou por um período de turbulência em 2011 após o escândalo envolvendo a cúpula do partido, fato este que resultou na substituição de Alfredo Nascimento por Paulo Sérgio Passos e recentemente por Cesar Borges.

O caso também respingou em Luiz Antônio Pagot, que mesmo sem ter contra ele qualquer prova de envolvimento no pagamento de propinas, perdeu o cargo para o General Jorge Fraxe.

A preferência de Blairo Maggi, segundo afirmou o próprio suplente, Cidinho Santos (PR), é assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), que atualmente é ocupada pelo ex-prefeito de Belo Horizonte e atual pré-candidato ao governo mineiro, Fernando Pimentel (PT).