A iminência da prisão do deputado federal Pedro Henry (PP-MT), condenado no processo do mensalão, tem reforçado os rumores de renúncia do congressista. Antigo líder de sua legenda antes do escândalo, em 2005, ele passou a atuar nos bastidores e, segundo aliados, manifesta resistência em enfrentar um processo de cassação que, após decisão recente do Congresso, culminará em votação aberta no plenário da Casa. Interlocutores do parlamentar apontam que Henry acredita que a saída da cena política é a melhor solução para evitar constrangimentos (se for aprovado um novo pedido de perda de mandato, seria o terceiro do mato-grossense na Câmara: ele já enfrentou um pelo mensalão e outro por suspeita de ligação com a máfia das ambulâncias e conseguiu escapar da cassação). A aliados, segundo a "Folha de S. Paulo", ele disse que não pretende passar por essa situação novamente, até como forma de preservar a família. Ele não discursa no plenário da Câmara desde 2009. Conforme já dito nesta coluna, condenados deveriam renunciar aos cargos, no mínimo, por vergonha e não simplesmente para evitar constrangimentos. Gente condenada e mesmo aquelas pessoas com pendengas judiciais deveriam ficar longe da administração pública, longe de qualquer poder.