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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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OBRAS SUSPENSAS

Sem ter onde deixar filhos, mães protestam por reabertura de creche em VG

Foto: Reprodução

Mães criaram grupo para reivindicar entrega do CMEI Nair Sacre

Mães criaram grupo para reivindicar entrega do CMEI Nair Sacre

Em setembro do ano passado, Denize da Silva Costa, de 25 anos, precisou decidir entre continuar pagando uma babá para os três filhos ou deixar o trabalho. Desde que o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Nair Sacre, no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, foi fechado para reforma, ela não tem onde deixar as crianças para trabalhar.


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Nesta quarta-feira (6), ela e outras mães que reindicam a reabertura do CMEI organizaram o terceiro protesto na avenida da FEB, em Várzea Grande. Assim como Denize, outras mulheres do grupo de quase 50 mães que reivindicam a abertura da unidade também precisaram deixar os empregos. 

O valor usado para pagar uma babá chegava a consumir mais da metade do salário de Denize, que trabalhava há três anos um mercado. 


Mães precisaram parar de trabalhar por não terem onde deixar os filhos. (Foto: Reprodução)

“O dinheiro não estava dando mais para pagar alguém para cuidar. Estava chegando em casa exausta, não tinha mais tempo para as crianças. Pegava o dinheiro em uma mão e entregava com a outra para a pessoa que estava cuidando”, lamenta. 

Para pagar uma babá para os filhos, Denize precisava desembolsar R$ 800 do salário de R$ 1,4 mil. Com o restante, ela mal conseguia suprir os gastos básicos da família, que hoje vive apenas com um salário mínimo do marido dela. 

“Para você deixar seu filho com alguém, tem que ser uma indicação de confiança ou uma pessoa que você conhece. Não dá para deixar criança com qualquer um. Não somos ricos, não temos câmeras em casa, por isso queremos a creche. Está muito difícil”. 

O grupo começou a ser mobilizado por Angélica de Arruda, que tem dois filhos e aguarda a creche ficar pronta para ter onde deixar o filho de três anos. Ela explica que não conseguiu ignorar a situação que as mulheres do bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, estavam passando. 

“Por ter um coração grande e por não olhar só para mim [decidiu começar as manifestações]. Mas, sim, por elas e pelas necessidades delas. É difícil para mim também, faço curso técnico a noite”, lamenta. 

Por meio de nota, a Prefeitura de Várzea Grande informou que a obra do CMEI Nair Sacre, um dos mais antigos da cidade, foi afetada direta e indiretamente pela pandemia da covid-19. 

Os trabalhos no local foram paralisados por determinações da administração municipal e ordens judiciais. 

De acordo com a assessoria de imprensa, em 2020 a empresa que ganhou a licitação solicitou o aumento no prazo da obra por falta de pessoal especializado para o trabalho. 

A Prefeitura de Várzea Grande também afirmou que a morte do proprietário da construtora responsável, vítima da covid-19, é uma das justificativas para o atraso na entrega. 

Um novo processo licitatório foi iniciado e concluído no último trimestre do ano passado, autorizando a retomada das obras. O cronograma de entrega está agendado para 2022, de acordo com a assessoria. 

“Os órgãos municipais informam ainda que mesmo com todas essas intercorrência, as crianças da unidade escolar foram realocadas em outras dependências e não sofreram perdas, em que pese o sistema educativo de uma maneira em geral ter sofrido paralisações decorrentes da pandemia da covid-19”, diz trecho da nota.

Denise afirmou que não recebeu orientação da Prefeitura de Várzea Grande sobre transferência para outra unidade durante as obras no CMEI Nair Sacre. 
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