Cria da comunidade Árvore Seca, na zona norte do Rio de Janeiro (RJ), o delegado Nilson Farias, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), faz questão de contar que a educação mudou sua vida. Órfão ainda na infância, foi criado em diversas casas de familiares e, na juventude, apesar da convivência em meio a criminalidade, chegou à conclusão de que o esforço para seguir um caminho correto poderia lhe trazer a vida que sempre sonhou.

ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM O DELEGADO DA DHPP, NILSON FARIAS:



Em entrevista ao PodOlhar, videocast do site Olhar Direto, o delegado conta que seu irmão sempre lhe aconselhou a buscar uma progressão profissional. Ao fazer um cursinho preparatório em seu estado natal, se inspirou em um amigo para conquistar um desejo material, mas que mudou sua vida.

“Eu nunca fui um aluno que gostava de estudar, não era a minha praia. Porém, quando eu cheguei no ensino fundamental, teve um cursinho que chama Caes Vestibulares. Nesse período, um aluno chamado Wesley se dedicou, estudou e fez uma promessa. A promessa dele é que ele não ia jogar bola enquanto não tivesse a prova de sargento do exército (...) ele passou para sargento do exército (...) e eu lembro que o Wesley comprou um Golf pérola. E quando ele apareceu com aquele carro, aquilo me encheu os olhos. Eu falei, pô, esse é o caminho. Se eu estudar, então eu consigo comprar um golfe pérola”, contou.

Antes de passar no concurso de delegado em Mato Grosso, Nilson já havia atuado como agente penitenciário e inspetor de polícia. “Quando eu fiz a prova para delegado do Mato Grosso, eu fui aprovado, aí eu fiz prova para delegado da Bahia, fui aprovado na Bahia também, e passei para oficial da Polícia Militar de Minas Gerais. Escolhi Mato Grosso, pois o salário é realmente razoável. E aí eu sempre cito o exemplo do Golf pérola, porque quando me tornei delegado, já estava lá em Sorriso, eu não comprei o Golf pérola, mas eu comprei uma BMW pérola”.