Preso na Operação Ragnatela suspeito de liderar um grupo que lavava dinheiro em casas noturnas, Joadir Alves Gonçalves, conhecido como Jogador ou Véio ou Piraquê, exercia papel de destaque, autoridade e hierarquia na facção criminosa Comando Vermelho (CVMT). As informações constam na representação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), que subsidiou a ação policial.
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Jogador, conforme foi levantado no caderno investigativo, é representante da facção em alguns bairros de Cuiabá e Várzea Grande. Durante a análise dos dados telemáticos de Joanilson de Lima Oliveira, conhecido como Japão, obteve-se a confirmação de que Jogador é o padrinho de diversos faccionados dentro da hierarquia da facção, dentre eles o próprio Japão, que também foi preso na operação.
“O fato de Jogador ser padrinho de Japão e de outros faccionados sugere uma relação de hierarquia, destaque e autoridade dentro da facção criminosa. Essa relação hierárquica pode influenciar nas decisões e nas ações de Japão, reforçando a estrutura de comando e controle presente no grupo criminoso”, diz trecho da representação policial que a reportagem teve acesso.
Japão e João Lennon Arruda de Souza, que também foi alvo de mandado de prisão preventiva, segundo a Ficco, eram os responsáveis pelo recolhimento dos valores oriundos do tráfico de drogas e demais renda do bando.
Os investigadores informaram que ficou evidenciado uma relação de respeito e hierarquia entre Jogador e Japão, quando eles verificaram a submissão de determinadas ações à autorização de Jogador.
No caderno investigativo, os policiais identificaram uma conversa entre Japão e um homem chamado Lincon sobre o tráfico de drogas em que Japão submete as tratativas à autorização de Jogador.
“No diálogo registrado em 20 de novembro de 2021, o interlocutor
Lincon entra em contato com Japão para discutir uma questão relacionada a uma transação envolvendo "feijão", que é um termo geralmente utilizado pelos traficantes para se referir à maconha”, explica em outra parte do documento.
Equiparado a Sandro Louco
No mesmo caderno investigativo, os policiais explicaram que Jogador exercia função de peça principal do CV, sendo comparado ao líder máximo da organização criminosa, Sandro Rabelo da Silva – o Sandro Louco. A representatividade de Jogador era tamanha que um faccionado chegou a fazer um pedido desesperado para “gerenciar umas biqueiras”, pois estava passando dificuldade financeira com a família.