As investigações da Operação North Bank, deflagrada nesta terça-feira (18) contra um grupo criminoso suspeito de investigar furtos a agências bancárias em cidades do Norte de Mato Grosso, apontam que detentos de Sinop e da Penitenciária Central do Estado (PCE) faziam um consórcio para decidirem quais unidades bancárias seriam vítimas do crime.
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Operação prende 13 criminosos envolvidos em furtos de agências bancárias
Em entrevista coletiva, os delegados Gustavo Belão e Sued Dias da Silva Junior explicaram a dinâmica do grupo criminoso. Segundo as autoridades policiais, o modus operandi do grupo consistia em duas etapas, sendo a primeira o planejamento, momento em que eles compravam as ferramentas para abastecerem os veículos e, depois, realizarem os buracos nos tetos das agências.
No segundo momento, por sua vez, ocorria a execução.
“Os veículos levavam os criminosos até a agência, que já tinha a estrutura do teto comprometida e ocorria a intrusão nas agências por intermédio dessa ação prévia da organização criminosa”, explicou o delegado Sued.
Todo o processo era bancado por uma organização criminosa dentro das unidades prisionais.
O delegado ainda explicou que os detentos realizavam uma espécie de “consórcio” para decidirem quais agências bancárias seriam alvos dos furtos. Para isso, os presos faziam chamadas por aplicativos.
“Isso tudo era definido em vídeo chamada de WhatsApp, em que eles se reuniam e deliberavam por cometer a ação em determinada localidade”, explicou Sued.
Operação
A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) cumpriu 20 mandados de prisões e de buscas. Os 13 mandados de prisão e sete de buscas foram expedidos pelo juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop, especializada em combate ao crime organizado.
As ordens judiciais são cumpridas em Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Tapurah e Cuiabá. Segundo a Polícia Civil, sete pessoas foram presas e outras três seguem foragidas.
A investigação apura os delitos de organização criminosa, furto qualificado, porte ilegal de arma de fogo e corrupção de menores praticados por um grupo que se formou para planejar e executar furtos a bancos em Sorriso e Lucas do Rio Verde. As ações criminosas ocorreram entre os meses de abril e junho de 2022.
Informações da Polícia Civil dão conta que os alvos da operação North Banks planejavam invadir agências bancárias em várias cidades de Mato Grosso por meio de um grupo no Whatsapp. As ordens para a invasão vinham de dentro das penitenciárias.
A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apurou que I.D.C.D.S., de 30 anos, estava detido Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, em Sinop, e R.S.D.J., de 40 anos, estava recluso em outra penitenciárias estadual.
I.D.C.D.S. foi responsável por selecionar quais os bancos seriam os alvos da ação criminosa e ordenar as execuções aos demais integrantes do grupo. Ele realizava chamadas de vídeo em tempo real durante a execução dos crimes.
O outro apontado como líder das ações criminosas é R.S.D.J., de 40 anos. À época dos crimes, ele estava detido em unidade prisional do Estado e sua esposa foi responsável em fazer os pagamentos, via Pix, aos integrantes do grupo para custear o abastecimento dos veículos e comprar as ferramentas necessárias ao arrombamento de cofres das agências.
Além desses dois líderes, a investigação identificou outros 13 envolvidos, cada um deles com uma tarefa específica na organização criminosa voltada à prática de crimes patrimoniais contra agências bancárias.
Sete furtos tiveram como alvos agências do Banco da Amazônia, Itaú e Banco do Brasil em Lucas do Rio Verde; e Banco do Brasil, Santander e Bradesco em Sorriso.
