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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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ALVO DA RAGNATELA

Secretário defende ex-diretor acusado de cobrar propina para transferir presos do CV: 'não antecipamos investigação'

23 Jun 2024 - 10:15

Da Redação - Gustavo Castro / Do Local - Luís Vinicius

Foto: Reprodução

O ex-diretor do CRC e atual presidente do Nova Chance, Winkler Farias

O ex-diretor do CRC e atual presidente do Nova Chance, Winkler Farias

O secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp), César Roveri, disse que Winkler Freitas Alves, alvo da Operação Ragnatela no começo do mês, continua na função até a conclusão do inquérito. O servidor, que atualmente é presidente da Fundação Nova Chance, é acusado de cobrar propina para realizar a transferência de lideranças do Comando Vermelho em Mato Grosso, enquanto estava lotado como diretor do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC).


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Em entrevista à imprensa, o secretário afirmou que não se pode antecipar investigação que ainda está em curso. Roveri salientou que caso for comprovado a participação de Winkler no esquema criminoso, todas as medidas administrativas serão tomadas.

“Ele continua na função, nós não antecipamos investigação, as investigações estão em curso. Se tiver ou não [envolvimento no esquema], sobre isso a gente toma todas as medidas administrativas que têm que ser tomadas. Temos aí não só essa investigação, como teremos muitas investigações ainda, em parceria com a FICCO junto com a Polícia Federal, com o GAE, com o doutor Adriano. A Secretaria de Segurança é parceira em todas as investigações”, disse o chefe da Sesp nesta quinta-feira (20).

“Nós temos profissionais de inteligência, profissionais das nossas instituições que fazem parte dessas forças-tarefas. E vamos continuar trabalhando. Independentemente de ser ou não ser servidor público, a gente vai tomar todas as atitudes necessárias”, acrescentou.

Segundo a Operação, o esquema seria para beneficiar Paulo Witer de Farias, o WT, apontado como tesoureiro-geral do CV no estado, além dos conselheiros Jonas Gonçalves Junior, o 'Batman', e Fábio Aparecido Marques do Nascimento, vulgo 'Lacoste'.

Houve tentativa de transferir o líder máximo do grupo, Sandro Silva Rabelo, o Sandro Louco, mas a permuta em relação a ele não foi possível.

A trama criminosa teria sido oferecida a Willian Aparecido, vulgo “Gordão”, pelo policial penal Luiz Otavio Natalino, que já o ajudava a entregar celulares aos faccionados. Otávio informou que tinha contato direto com o então diretor do Centro de Ressocialização de Cuiabá, Winkler, e que ele poderia garantir a troca.

Nos diálogos interceptados pela polícia, é possível notar que a motivação da transferência foi porque Paulo WT foi espancado dentro da PCE por faccionados rivais e, por isso, precisava ir para o Carumbé, cuja segurança é mais branda, sendo, inclusive, chamado de “shopping” pelos criminosos.

Luiz Otávio, então, envia a Gordão prints de conversas entre ele e Winkler. No diálogo, o ex-diretor do CRC informa que o “secretário” deveria dar o aval da permuta, cobrando R$ 20 mil por cada preso, fora a parte dele. O pagamento deveria ser feito em espécie, ao segurança do secretário. O local combinado: o estacionamento de um supermercado situado no bairro Santa Rosa, em Cuiabá, onde a então autoridade pública moraria.

Gordão, que também é apontado como uma das lideranças da facção em MT, concorda com os valores sugeridos por Winkler, e envia o nome de cinco detentos para a transferências. Primo de Gordão, Paulo Winter Farias, vulgo ITA ou WT, os conselheiros Lacoste e Batman, além de outros dois. Winkler, então, elabora o pedido de permuta no dia 12 de junho, solicitando a transferência ao secretário Alexandre Bustamante.

Pessoa identificada por “Sales” também aparece nas conversas como sendo primordial para a execução do plano. Contudo, segundo a manifestação de Winkler, as conversas a ele atribuídas são falsas e não saíram do seu aparelho de celular.

Por meio de nota, Wincler negou qualquer participação no esquema. Disse que não recebeu qualquer quantia irregular para assinar qualquer ato de ofício, e que tais transferências não ocorreram sob sua gestão. 

Operação

A operação visava desarticulr um núcleo de facção criminosa responsável por lavagem de dinheiro em casas noturnas da capital. Ao todo, oito pessoas foram presas, entre elas Willian Aparecido da Costa, vulgo 'Gordão', donos do Dalas Bar. O vereador Paulo Henrique (MDB) também foi alvo e teve seu carro apreendido.
Após tomar conhecimento do fato, ele pede licença da Câmara dos Vereadores.
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